Conferencista internacional, que abordará no Brasil os desafios da cardio-oncologia, ressalta a importância das vacinas para proteger também o coração
O cardiologista clínico, Dan Zlotoff, do Massachusetts General Hospital, convidado internacional do 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), vai abordar em sua conferência os desafios mundiais da cardio-oncologia. Dan Zlotoff é um pesquisador das características clínicas e fisiopatológicas da miocardite associada a inibidores de checkpoint imunológico, ou seja, as células cancerígenas, que usam esses pontos de controle (checkpoint) para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico.
“Discutirei a incidência e o significado clínico da miocardite associada ao inibidor de checkpoint, que está ocorrendo com mais frequência a cada ano devido ao crescente uso de inibidores em cuidados oncológicos. Vou explicar por que os cardiologistas devem estar preparados para reconhecer e diagnosticar essa condição”, explicou o especialista americano. O Massachusetts General Hospital, em Boston, é vinculado à Harvard Medical School, e é o terceiro hospital mais antigo dos Estados Unidos.
“O campo da cardio-oncologia está se expandindo e novas descobertas estão sendo publicadas mais rapidamente do que nunca. Encontros como o Congresso da SOCESP são locais valiosos para compartilhar dados recentes com um público mundial e incentivar novas pesquisas e colaborações clínicas”, ressaltou Dan Zlotoff, em entrevista exclusiva.
O cardiologista do Massachusetts General Hospital ainda destacou a importância das pessoas retomarem os tratamentos cardiovasculares no pós-Covid, além de não deixar de lado a prevenção aos fatores de risco para o coração. “Os cardiologistas têm uma obrigação, particularmente importante, de incentivar seus pacientes a manter estilos de vida saudáveis e a procurar atendimento médico para fins preventivos e de tratamento”, recomendou. Dan Zlotoff ainda complementou falando sobre a importância da imunização: “devemos enfatizar que as vacinas são seguras, eficazes e a melhor maneira de se proteger das graves consequências da infecção por Covid-19.
O 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP será realizado, nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Transamérica Expo Center, e reunirá dezenas de conferencistas internacionais e nacionais, líderes acadêmicos e com larga experiência clínica.
As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de mortalidade em todo o mundo. Elas fazem parte das doenças crônicas não transmissíveis, que representam 74% dos óbitos no Brasil, segundo o Posicionamento sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, elaborado por cardiologistas. Com o aumento da expectativa de vida da população no país, em torno de 76 anos, os médicos passam a enfrentar o duplo desafio da interação dessas doenças e como melhor cuidar do paciente sem que um tratamento oncológico possa provocar um infarto, por exemplo.
A cardio-oncologia é o campo da ciência voltado para o diagnóstico precoce e o manejo adequado das doenças cardiovasculares em pacientes com câncer ou que já tiveram a doença. Um dos maiores especialistas mundiais no assunto, Tomas Neilan, será conferencista do 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Transamérica Expo Center.
Tomas Neilan, que é professor associado de Medicina na Harvard Medical School, vai falar como certas terapias contra o câncer podem afetar o coração. Ele também é diretor do Programa de Cardio-Oncologia e co-diretor do Programa Cardiac MR PET CT do Massachusetts General Hospital, em Boston, nos Estados Unidos.
O diretor científico do 42º Congresso da SOCESP, Otávio Rizzi Coelho Filho, lembra a importância da cardio-oncologia para desmistificar a visão da doença cardiovascular como uma barreira ao tratamento efetivo contra o câncer. “Esses debates são essenciais para prevenir e reduzir os riscos da cardiotoxicidade nos tratamentos e promover as discussões sobre as terapias mais adequadas, com base nas evidências científicas, análise de risco e a individualização do cuidado, conforme as escolhas do próprio paciente”, explica Coelho Filho.
Em entrevista exclusiva, Tomas Neilan comentou sobre a participação no Congresso da SOCESP e revelou que o evento é importante para “disseminar o conhecimento e melhorar a compreensão da doença cardíaca e dos cuidados e resultados com o paciente”.
A doença cardiovascular é ainda a mais prevalente e mata cerca de 18 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Só no Brasil são 400 mil óbitos por ano. Para o cirurgião cardiovascular Faisal Bakaeen, que é o Diretor do Centro de Revascularização Miocárdica da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, a única forma de vencer o desafio em reduzir as mortes é investir em conscientização das pessoas e qualificação constante dos médicos.
Faisal Bakaeen será um dos palestrantes internacionais do 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e destaca os múltiplos obstáculos nesse momento em que a Covid-19 dá uma trégua em alguns países. “Existem desafios associados a interrupções na cadeia de suprimentos e escassez de profissionais de saúde, especialmente enfermeiros. Este é realmente um momento difícil para todos nós no mundo inteiro”. Mas segundo o especialista, agora sabemos o suficiente sobre a pandemia para nos adaptar e retomar as rotinas de cuidados pré-Covid. “Devemos enfatizar a importância do atendimento oportuno, pois observamos atrasos no diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares com resultados prejudiciais durante os estágios iniciais e picos da crise sanitária”, contextualizou.
No 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP, que será realizado nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, Faisal Bakaeen debaterá as mais recentes Diretrizes de Revascularização Coronária do American College of Cardiology, American Heart Association e Society for Cardiovascular Angiography & Interventions e o posicionamento das associações de cirurgiões cardiotorácicas dos EUA (STS e AATS) que se recusaram a endossar as Diretrizes publicadas no ano passado.
Em entrevista exclusiva, Faisal Bakaeen comentou sobre a importância do Congresso da SOCESP como um fórum de discussão entre cardiologistas clínicos e cirurgiões cardíacos em benefício dos pacientes. “Debates sobre os cuidados cardiovasculares são fundamentais para uma abordagem madura, que resultará em caminhos construtivos e colaborativos para os pacientes. Às vezes controversas, essas discussões públicas e abertas precisam de transparência e disposição como em eventos como esse”, completou.
De acordo com o presidente do 42º Congresso da SOCESP, o também cirurgião cardiovascular, Walter Gomes, o evento proporciona o ambiente e o fórum ideal de integração entre as especialidades, com o debate sadio e em bases científicas com o objetivo comum de estabelecer as recomendações para o tratamento mais adequado e seguro ao paciente.
A diretora de Imagem Cardíaca Não Invasiva e também diretora do Women's Heart Center no Deborah Heart and Lung Center em Browns Mills, New Jersey, nos Estados Unidos, Renee Bullock-Palmer, é presença confirmada no 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).
A cardiologista, especializada em cardiologia nuclear, cardiopatia congênita do adulto, tomografia computadorizada cardiovascular, ecocardiografia e medicina interna, abordará em sua conferência as últimas diretrizes de dor torácica e como escolher o exame certo no momento correto para o paciente, em um ambiente de prática de imagem multimodal.
A palestrante que é editora de seção do American Heart Association – Circulation Imaging Journal destaca que a participação no evento da SOCESP “é importante, pois oferece uma oportunidade de obter perspectivas da comunidade médica na América do Sul e também compartilhar as mais recentes diretrizes baseadas em ciência”. O 42º será realizado nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Em entrevista exclusiva, Renee Bullock-Palmer ressalta a importância de os pacientes voltarem a cuidar de seus corações. “As mortes por doenças cardíacas aumentaram no início da pandemia devido ao atraso no atendimento e aos sistemas médicos sobrecarregados. No entanto, com a administração de vacinas para a Covid-19, o número de casos foi menor e os hospitais não estão mais sobrecarregados. Os pacientes devem ser incentivados a irem nas consultas médicas, realizarem os procedimentos e exames e a não atrasar o atendimento se estiverem com sintomas”, orienta a cardiologista.
