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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Impacto da pandemia COVID - 19 na dinâmica do atendimento a vítimas de IAMCSST na rede pública de Salvador – Bahia.

Márcio Andrade Barreto Filho, João P.A de Souza, Rhanniel Theodorus Villar, Fabiana Benevides Pontes, Victoria Kelly Lima de Castilho, Ana Moura Vieira, Maria Eduarda Brandão, Davi Amorim Meira, Aline do Carmo Vieira , Pollianna de Souza Roriz
SAMU - Salvador - Bahia - Brasil

Introdução: Publicações internacionais reportaram atrasos atribuídos à pandemia COVID-19 na assistência ao infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Dentre os fatores relatados, relevantes ao diagnóstico e tratamento desta condição, estão o aumento no tempo de busca por atendimento (sintoma-admissão) e porta-balão. Não se sabe, no entanto, se todas as redes de atenção a IAMCSST observaram os mesmos fenômenos, pois diferentes estratégias podem ser adotadas localmente respeitando as potencialidades e limitações de cada lugar. Objetivos: Avaliar o impacto da pandemia na dinâmica do atendimento ao paciente com IAMCSST no sistema público de Salvador. Métodos: Estudo transversal derivado de grupo de pesquisa vinculado à rede pública de atenção a IAMCSST de Salvador, aprovado por Comitê de Ética. Foram comparados os dados dos pacientes atendidos durante o período imediato “pré-pandemia” (janeiro/2019 a fevereiro/2020) com período de “pandemia” (março/2020 a julho/2021) - grupos I e II respectivamente. Variáveis categóricas foram analisadas pelo teste qui-quadrado. A normalidade da amostra foi testada pelo Teste de Shapiro-Wilk. Variáveis paramétricas foram analisadas com teste T de Student e não paramétricas pelo teste U de Mann-Whitney. Resultados: Foram incluídos 1250 pacientes – 545 no grupo I e 705 no grupo II. Em ambos houve predominância de homens, sem significância estatística na caracterização da amostra quanto a sexo, idade, comorbidades e perfil de gravidade (Killip ≥ 2 na admissão e GRACE médio/alto risco). Não se observou diferença entre os tempos de sintoma-admissão [114 (49-240) vs 115 (56-220), p= 0.645] e porta-balão [238 (174-338) vs 219 (166-315), p = 0.645]. Houve redução relativa de angioplastia primária, porém com aumento estatisticamente significante no número de trombolisados [200 (36,7%) vs 311 (44,1%) p = 0.008] e de terapia fármaco-invasiva [12 (3,2%) vs 91 (17,9%), p<0.001], configurando mudança da estratégia de reperfusão em resposta à pandemia. Óbito intra-hospitalar [86 (17,2%) vs 101 (16,0%); p =0.600]. Conclusão: Diferente do reportado internacionalmente, o perfil do paciente com IAMCSST atendido pela rede pública de Salvador e tempos acima relatados se mantiveram semelhantes antes e durante a pandemia de COVID-19. A rede se reestruturou, priorizando a trombólise no atendimento inicial imediato com manutenção da taxa de mortalidade intra-hospitalar a despeito das dificuldades inerentes ao momento.

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