Introdução: A covid-19 é responsável por mais de 6 milhões de mortes no mundo inteiro e vêm sendo documentada como causadora de repercussões em diversos órgãos e sistemas dos indivíduos infectados. Além de acometer os sistemas cardiorrespiratório, gastrointestinal, renal e nervoso, a doença também repercute no sistema musculoesquelético, causando perda de massa muscular e dificuldade para realização de atividades da vida diária.
Objetivo: Verificar a relação entre o índice de massa corporal (IMC) e a força muscular de indivíduos previamente acometidos pela COVID-19.
Métodos: A amostra foi composta por 43 participantes, com idade média de 58±12 anos, recuperados da fase aguda da covid-19. Todos os participantes incluídos possuíam IMC superior a 25kg/m². Os indivíduos foram divididos em quartis, de acordo com o IMC e submetidos a avaliação de força muscular, realizada através de dinamometria de preensão manual.
Resultados: Não houve diferença de idade entre os quartis (Quartil 2 = 59±13,2; Quartil 3 = 58±10,7; Quartil 4 = 54±11,4), com exceção do quartil 1, que apresentou uma média de 66±9,6 anos. Na variável frequência cardíaca (FC), o quartil 1 apresentou os menores valores (78±8,3 bpm) em relação aos outros quartis, que não apresentaram diferença (Quartil 2 = 86±14,2 bpm; Quartil 3 = 86±9,4 bpm; Quartil 4 = 84±20,2 bpm). A saturação de oxigênio também não apresentou diferença entre os quartis (Quartil 1 = 94±3,1; Quartil 2 = 94±2,9; Quartil 3 = 95±2,3; Quartil 4 = 94±3,8). Como esperado, houve uma diferença significativa em relação ao IMC (Quartil 1 = 26,4±0,5 kg/m².; Quartil 2 = 29,1±1 kg/m².; Quartil 3 = 32,2±1,1 kg/m².; Quartil 4 = 39,5±4,8 kg/m²). Os dados referentes a dinamometria de preensão manual são apresentados no gráfico a seguir:
Conclusão: Concluímos que há uma correlação positiva entre o aumento de massa corporal e o aumento de força muscular em indivíduos acometidos pela COVID-19.