Introdução A comunicação interventricular (CIV) é uma complicação mecânica do infarto agudo do miocárdio decorrente de ruptura do septo interventricular. Possui potencial de tratamento efetivo se for diagnosticado precoce reduzindo assim taxas de mortalidade Relato Homem, 46 anos admitido em UTI de hospital terciário por IAM com supra de ST diagnosticado em Unidade Básica de Saúde. Na admissão relatava dor torácica retrosternal em queimação, forte intesidade início há 14 horas precipitada ao esforço com irradiação para membro superior esquerdo. Antecedentes de HAS não tratada e IAM há 13 anos com tratamento clínico. Realizado ECG com supra de ST e não realizada trombólise. Transferido para UTI após 14 horas e assintomático. Ao exame físico: bom estado geral, eupneico. PA 147 x 100, FC 90, FR 18, bulhas rítmicas normofoneticas em 2T sem sopros, ausculta pulmonar normal. ECG em ritmo sinusal, supra de ST em DII, DIII e avF, v2 a v6, v3R, v4R. Exames laboratoriais: Troponina 3433, CPK 5468, creatinina 1,01, ureia 20. Após 2 dias, realizado cateterismo cardíaco que evidenciou ectasia de todas as coronárias e CD com lesão de 100% e elevada quantidade de trombo intracoronário e CX com lesão obstrutiva de 97% no segundo ramo no terço médio. No dia seguinte, realizou ECOCARDIOGRAMA que evidenciou miocardiopatia segmentar do VE, hipertrofia excêntrica do VE, hipocinesia do VD, FE 53%. Após 12 horas evolui com taquicardia, dispneia, sudorese, estase jugular e sopro holossitólico. Realizado novo ECO que evidenciou disfunção biventricular, acinesia de parede inferosseptal, de segmento médio e basal da parede inferior e lateral, além de comunicação interventricular em região inferior do septo medindo aproximadamente 1,9 cm, com shunt esquerdo-direito, FE 41%. Transferido no mesmo dia para serviço especializado de cirurgia cardíaca no qual foi operado após 6 dias de internação. Paciente com boa evolução pós-operatória, porém evidenciado em ECO CIV e shunt residual, porém com melhora clínica e alta após 20 dias Discussão O caso ressalta uma situação rara de complicação mecânica pós- IAM com taxa de incidência entre 0,20 a 0,34% dos casos de infarto. Por se tratar de um quadro grave com altas taxas de mortalidade (90%), recomenda-se o tratamento cirúrgico precoce. Paciente apresentou diagnostico precoce e condições clínicas favoráveis para que o tratamento cirúrgico fosse postergado para 6 dias, no qual apresentava-se estável que tornou a cirurgia com desfecho positivo apesar de manter CIV residual