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Indicação de ablação para Síndrome de Brugada em situações atípicas: uma série de casos

Ana Luisa Calixto Rodrigues, Luciana Sacilotto, Cristiano Faria Pisani, Gabrielle D’Arezzo Pessente, Nemer Luis Pichara, Mirella Esmanhotto Facin, Denise Tessariol Hachul, Carina Abigail Hardy, Francisco Carlos da Costa Darrieux, Maurício Ibrahim Scanavacca
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: a Síndrome de Brugada (SdB) acarreta risco de morte súbita (MS) por taquicardia ventricular polimórfica ou fibrilação ventricular (TV/FV). Sobreviventes de parada cardiorrespiratória (PCR) têm indicação de cardiodesfibrilador implantável (CDI). Pacientes que evoluem com choques apropriados ou que recusam o CDI possuem indicação classe I de ablação por cateter. Para pacientes com SdB assintomáticos ou com sintomas atípicos a estratificação de risco é controversa e ablação pode ser uma opção em casos selecionados.

 

Métodos: esta série de casos inclui pacientes com SdB encaminhados para ablação de Brugada por razões que não TV/FV recorrentes em um centro brasileiro entre novembro 2016 e março 2021. Critérios de inclusão foram presença do padrão de Brugada tipo 1 espontâneo ao eletrocardiograma (ECG), ausência de cardiopatia estrutural e ausência de TV polimórfica ou FV espontâneas prévias. Dados clínicos, genéticos e eletrocardiográficos foram coletados a partir dos prontuários médicos. As indicações de ablação foram reportadas. Todos os pacientes foram submetidos a estudo eletrofisiológico com estimulação ventricular programada (EVP) antes da ablação. Os desfechos analisados foram (i) ocorrência de MS, TV/FV ou choque apropriado de CDI após a ablação, (ii) recorrência do padrão de Brugada tipo 1 após ablação e (iii) complicações dos procedimentos. 

 

Resultados: 8 pacientes submetidos à ablação preencheram os critérios de inclusão, sendo a maioria homens (87,5%) com idade média de 36,9 anos. Sintomas reportados incluiram pré-síncope (25%), síncope vasovagal (50%), palpitações (37,5%) e dor torácica (37,5%). Apenas 1 (12,5%) apresentou FV à EVP pré-ablação, tendo recebido implante de CDI. Indicações de ablação incluiram transtorno psiquiátrico com necessidade de uso de lítio e profissão de risco como motorista de caminhão. Em um tempo de seguimento médio de 55 meses, 1 paciente (12,5%) apresentou síncope por FV após o procedimento e 3 (37,5%) apresentaram recorrência do padrão de Brugada tipo 1 ao ECG. Apenas 2 pacientes (25%) apresentaram pericardite responsiva a tratamento clínico e não houve complicações graves.

 

Conclusões: ablação por cateter é um procedimento seguro que pode ser utilizado no manejo individualizado de pacientes com SdB assintomáticos ou com sintomas atípicos.

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