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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

IMPACTO DA INFECÇÃO PELO VÍRUS SARS-Cov2 NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE PACIENTE CARDIOPATA PARTICIPANTE DE PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR: RELATO DE CASO

João Gabriel Nogueira Lacerda, Erica Carolina Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - - MG - BRASIL

Introdução: Pacientes cardiopatas infectados pelo vírus SARS-CoV-2 podem apresentar maiores complicações em seu quadro clínico e no desfecho da doença, com impacto na capacidade funcional devido aos sintomas persistentes da COVID-19. Objetivo: Descrever os efeitos de um programa de reabilitação cardiovascular em paciente com cardiopatia previa após infecção pelo vírus SARS-CoV-2 através dos testes de avaliação funcional utilizados na rotina do setor. Relato de caso: Homem de 58 anos, divorciado, pescador profissional, participava do programa de Reabilitação Cardiovascular Ambulatorial devido a cardiopatia isquêmica e já em fase final de reabilitação em 2020 quando foi iniciado o isolamento social devido à pandemia de COVID-19. Em abril de 2021 o paciente testou positivo para a COVID-19 e necessitou de internação em enfermaria por 11 dias. Após alta hospitalar, o paciente foi avaliado e iniciou a reabilitação pós-covid por apresentar sintomas persistentes, como fadiga, dispneia e intolerância aos pequenos esforços. Testes de caminhada e do degrau de 6 minutos (TC6M e TD6M), além da avaliação da força muscular inspiratória foram realizados para avaliação da capacidade funcional Resultados: O paciente estava com sua capacidade funcional mantida quando retornou a reabilitação após o isolamento social, com desempenho satisfatório no TC6M (600m) e TD6M (157 degraus) e nos parâmetros de percepção de esforço, nas respostas hemodinâmicas no pico do esforço e na recuperação. Porém, observamos o impacto funcional após internação pelo COVID-19, com queda importante da saturação de oxigênio no pico de esforço e pior desempenho no TC6M (430m) e TD6M (110 degraus) e perda de força muscular respiratória (-100 cmH2O). Após 8 semanas de treinamento físico (aeróbico combinado ao treino resistido e treino muscular inspiratório, durante 1 hora/2 vezes por semana), obteve-se a recuperação da capacidade funcional, melhora nos parâmetros de oxigenação e hemodinâmicos, atingindo valores preditos no TC6M (618m) e TD6M (148 degraus) e da força muscular inspiratória (-107 cmH2O), e delta satisfatório (>12 bpm) da fequencia cardíaca no 1o minuto de recuperação dos testes em comparação ao pico do esforço. Conclusão: O relato de caso demonstrou o impacto negativo na capacidade funcional após a infecção pelo COVID-19, sendo a mesma reestabelecida após o programa de treinamento físico realizado precocemente, com duração de 8 semanas, demonstrada pelo melhor desempenho nos testes funcionais, o que impactou no retorno seguro às atividades de trabalho do paciente.

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