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Ablação septal por radiofrequência para prevenção de “ventrículo suicida” após TAVI: uma nova estratégia de tratamento percutâneo para pacientes com doenças coexistentes

José Henrique H. Delamain, Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira, Alberto Colella Cervone , Tacianne Rolemberg Braga, Bruno Valdigem, Auristela Ramos , Andrea Vilela , Jorge Assef , Ibrahim Masciarelli Filho , Fausto Feres
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: A abordagem de pacientes (pts) com estenose valvar aórtica (EAO) e miocardiopatia hipertrófica (MCH) coexistentes constitui desafio diagnóstico e terapêutico. Tais patologias compartilham aspectos como elevados gradientes na via de saída do ventrículo esquerdo (VE), hipertrofia e redução do volume sistólico do VE. Na impossibilidade de tratamento cirúrgico concomitante das 2 condições, a opção pelo tratamento percutâneo suscita dúvidas quanto ao tipo e momento de abordagem das patologias, bem como riscos de complicações - como o surgimento de gradiente intraventricular dinâmico (“ventrículo suicida”) após TAVI. Relatamos a realização de procedimento inovador de ablação septal por radiofrequência previamente a TAVI. 

Relato do caso: Feminina, 74 anos, frágil, portadora de HAS, DM tipo 2, ex-tabagista, com pré-síncope e dispneia NYHA III. O ecocardiograma evidenciou aumento da espessura do VE, com predomínio do segmento basal do septo, com gradientesistólico (GS) de 29mmHg em repouso e 86 mmHg induzido; a função do VE era preservada (67%) e a valva aórtica era calcificada, com GS médio de 51 mmHg, velocidade de 4,63 cm/s e área valvar de 0,34 cm2/m2. Ressonância magnética cardíaca revelou padrão de hipertrofia assimétrica, com espessura de 17mm no segmento anterosseptal basal. O EuroSCORE II foi estimado em 8,98%. Após discussão em Heart Team, e considerando quadro clínico geral e fragilidade, optado por tratamento percutâneo tanto da EAo como da MCH. Diante do risco de ventrículo suicida após TAVI bem como dos riscos inerentes à alcoolização septal, realizado inicialmente ablação com cateter de radiofrequência por via transeptal, sem intercorrências. Ao final, houve abolição de gradiente basal à ecocardiografia transesofágica. Três meses após a ablação, os parâmetros ecocardiográficos indicavam persistência de EAO grave, com GS médio de 60mmHg valvar, demonstrando ausência de gradiente intraventricular. Realizada TAVI femoral com prótese balão expansível com sucesso,  obtendo-se GS médio de 5 mmHg e área de orifício efetivo de 1,8cm2

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Conclusão: O caso relatado ilustra abordagem inovadora de paciente com EAo e MCH concomitantes, com utilização de ablação septal com radiofrequência previamente à TAVI. Tal estratégia pode ser considerada como alternativa à ablação septal alcoólica, visando tanto o tratamento da MCH como a prevenção de “ventrículo suicida” após TAVI. 

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