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Cardiotoxidade tardia , um desafio diagnóstico em cardio-oncologia

Lélio Lemos Pinto Neto, Morokuma, LG, Okusu, AR, Brandimarte, ACG, Cruz, RAP
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução:A cardiotoxicidade por quimioterápicos tardia, que surge anos após o tratamento, é tema de extrema relevância no seguimento de sobreviventes ao câncer, sendo muitas vezes subdiagnosticada, fato preocupante pois estima-se que em 2026 somente os EUA terá 20 milhões de sobreviventes ao câncer. Relata-se caso de cardiotoxicidade induzida por Doxorrubicina. Descrição do caso:P.S.S, mulher, 27 anos, tratou aos 03 anos Tumor de Wilms, com doxorrubicina (dose acumulativa-264mg/m²), ciclofosfamida, taxano, e radioterapia abdominal. Fora de tratamento desde 1997, fez seguimento anual com cardiologista, sempre assintomática e com Fração de Ejeção ventricular esquerda (FEVE) acima de 65% ao longo dos anos até 2009 quando teve queda sintomática de FEVE para 50% sem outras alterações ecocardiográficas. Descartadas outras causas, diagnosticou-se cardiotoxicidade tardia. Tratamento Inicial com IECA e depois Carvedilol, evoluiu assintomática desde então. ECG em ritmo sinusal. Teste ergométrico negativo para isquemia miocárdica. MAPA sem alterações. Último ecocardiograma com FEVE 56% sem sinais de remodelamento, demais parâmetros inalterados. Assintomática desde então em tratamento. Discussão:Cardiotoxicidade relacionada a quimioterápicos é uma alteração cardiovascular nova, diagnosticada durante ou após o tratamento, seja de natureza clínica, laboratorial, e/ou em exame de imagem cardiovascular, excluindo-se outras causas.A doxorrubicina é uma antraciclina utilizada no tratamento de múltiplos canceres, de potencial cardiotóxico bem conhecido. Aqui, seu uso na infância (fator de risco clássico) parece ter sido fundamental. O tempo entre a exposição e a manifestação clínica pode ser muito variável, de meses até décadas como no relato. Importante lembrar que os outros quimioterápicos usados, o taxano e ciclofosfamida, isolados e principalmente quando associados a antracíclicos podem causar e aumentar incidência de disfunção cardíaca e arritmias. Radioterapia também gera dano miocárdico, valvar e coronáriano.Conclusão: O seguimento contínuo e regular dos pacientes sobreviventes ao câncer é fundamental e necessário para o diagnóstico da cardiotoxicidade, principalmente quando tardia onde pode se configurar desafio diagnóstico e o tratamento adequado proporciona aumento na expectativa e qualidade de vida.

 

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