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Contribuição do vetorcardiograma no diagnóstico diferencial do padrão eletrocardiográfico de Brugada

Madaloso, BA, Samesima, N, Tobias, NMMO, Pereira Filho, HG, Tavares, CAM, Facin, ME, Pastore, CA
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O eletrocardiograma (ECG) é uma poderosa ferramenta de diagnóstico diferencial entre um grupo de patologias com diferentes abordagens terapêuticas e prognósticas, a chamada síndrome da onda J. O vetorcardiograma (VCG), sendo exame tridimensional, pode ser utilizado como método complementar ao ECG em diversas alterações eletrocardiográficas duvidosas.

Objetivo: Realizamos uma análise vetorcardiográfica, após desenvolver um novo parâmetro métrico (medida-JT), que quantificou a alteração vetorcardiográfica visual observada na maioria dos pacientes Brugada tipo, a qual permite o diagnóstico do padrão eletrocardiográfico de Brugada.

Métodos: Um estudo retrospectivo selecionou 96 ECGs (coorte de teste) com elevação do ponto J em V1/V2, ECG de derivações superiores e VCGs, todos realizados no mesmo dia. A nova medida foi obtida no VCG, pelo método de Frank, (JT-distância) através da inscrição, nos planos horizontal e sagital direito, de 3 linhas traçadas 1ª) no terço final da alça QRS, compreendendo o ponto J; 2ª) na porção inicial da alça T; 3ª) uma paralela à linha do ponto J traçada no início da alça de T. A medida-JT foi determinada pela distância entre as paralelas. Uma coorte de validação também foi estabelecida em uma nova amostra de trinta e cinco pacientes.

Resultados: Medida-JT ≥1,5 mm (plano horizontal) e medida-JT >1,25 mm (plano sagital direito), diferenciaram Brugada tipo 1 de Brugada tipo 2, repolarização precoce e outros, com sensibilidade de 95% e especificidade de 68% (p <0,05). Medida-JT <1,5 mm (plano horizontal) e JT >1,25 mm (plano sagital direito) tiveram 100% de sensibilidade e 85% de especificidade (p<0,05) para o diagnóstico de Brugada tipo 1. Uma coorte de validação mostrou que uma medida-JT ≥ 1,5 mm no plano horizontal poderia diferenciar ambos os tipos de Brugada de outros diagnósticos com sensibilidade de 61%, especificidade de 94% (p=0,0009). Quando a medida-JT no plano horizontal foi < 1,5 mm e o JT no plano sagital direito foi > 1,25 mm, encontramos sensibilidade de 83%, especificidade de 94%, para o diagnóstico de Brugada tipo 1 (p=0,001). Ambas as coortes mostraram níveis Cohen Kappa muito semelhantes (0,65 e 0,77, coortes de teste e validação, respectivamente), com intervalos de confiança de 95%.

Conclusão: A nova medida vetorcardiográfica (medida-JT) apresentou um novo critério diagnóstico para identificar o padrão de Brugada. No entanto, estudos prospectivos devem ser realizados em outros centros para confirmar esses achados.

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