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SUPERRESPOSTA PRECOCE: Ressincronização Cardíaca com estimulação direta de Ramo Esquerdo com correção do atraso de despolarização do Ventrículo Direito. Relato de Caso

Raoni de Castro Galvão, JOÃO PAULO VELASCO PUCCI, OFIR GOMES VIEIRA, SILAS DOS SANTOS GALVÃO FILHO, CARLOS EDUARDO DUARTE, JOSÉ TARCISIO MEDEIROS DE VASCONCELOS
Centro de Ritmologia de Brasília - Brasília - DF - Brasil

INTRODUÇÃO: A ressincronização cardíaca (TRC) é um procedimento consagrado há mais de 20 anos. Recentemente, a estimulação direta do sistema de condução cardíaco vem ganhando força. Estudos recentes já os mostram com resultados semelhantes a TRC tradicional. Relatamos um caso submetido a TRC com estimulação direta do ramo esquerdo seguida da correção do atraso de despolarização ventricular direita com estimulação de sua região de maior atraso na ativação em parede inferior.

RELATO DE CASO: Pcte 77a, mcp dilatada idiopática, FEVE 23%, aumento diâmetros VE, hipocinesia difusa e ausencia de fibrose nas paredes do VE. ECG com BRE e QRS 170ms. Evoluia com IC descompensada, internações recentes. Após compensação clínica, foi implantado um TRC em 04/2021. Implantado eletrodo ventricular em septo Interventricular profundo (septo IV), após mapeamento do feixe de HIS. Ao teste houve estimulação seletiva de ramo esquerdo, com QRS morfológico de BRD, eixo QRS em 80° e largura de 130ms. Pela estimulação direta de ramo esquerdo (RE), sem gerar BDAS esquerdo, aproveitamos o outro eletrodo ventricular para corrigir o atraso de condução do VD gerado pela estimulação do RE. Após encontrarmos atraso de 90ms, optamos por fixar o segundo eletrodo ventricular em região infero-lateral de VD. A estimulação ventricular conjunta resultou em um QRS de 108ms, eixo QRS -20°. Ecocardiograma transtorácico em 45 dias de pós-op, apresentou incremento da FEVE para 48%, dimensões de VE em 55/40mm. No momento a paciente permanece em CFI. ECO TT de 6m com FEVE 54% e dimensões de VE preservadas, com pcte permanecendo em CFI.

DISCUSSÃO: Este relato propõe uma TRC de VD para corrigir um BRD gerado pela estimulação direta do ramo esquerdo. Cerca de 30% com TRC são não respondedores. Seja por uma posição não ideal do eletrodo de VE, anatomia desfavorável do seio coronário, estimulação frênica, etc. Nesse sentido a TRC pela estimulação direta do sistema HIS-purkinje corrige muitas adversidades em um procedimento mais simples de ser executado. Neste caso, a correção completa do BRE prévio nos encorajou a utilizar o outro eletrodo para corrigir o atraso de ativação do VD gerado pela estimulação do ramo esquerdo, resultando em um ECG com QRS mais estreito, permitindo resposta clínica e aumento da FEVE importante e precoce. Este relato corrobora com a literatura ao mostrar que a estimulação do sistema de condução é uma alternativa real aos pctes com indicação de TRC.

fig1: ecg inicial (QRS 170ms)

Fig2: eletrodo em septo IV profundo

Fig3: RX torax final

FFig4: ECG final

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