INTRODUÇÃO: O arco aórtico (AAO) emite três ramos, sendo eles tronco braquiocefálico, artéria carótida comum esquerda (ACCE) e artéria subclávia esquerda (ASCE). O tronco braquiocefálico é dividido na carótida comum direita (ACCD) e artéria subclávia direita. Quando a artéria subclávia direita surge diretamente do segmento distal ao AOA até a origem da ACCE, é conhecida como artéria subclávia direita aberrante (ASCDA). Sendo também conhecido como artéria lusoria, é uma anomalia que ocorre em aproximadamente 0,5-1,8% dos casos e geralmente permanece assintomática. Sua porção proximal dilatada é conhecida como diverticulum de Kommerell e pode se tornar um aneurisma e levar à embolização arterial distal. No presente relato temos um paciente submetido a troca de valvar mitral biológica que apresentou esta variação. MÉTODOS: As informações através de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura em revistas indexadas, PubMed e Scielo. RESULTADOS: um homem de 59 anos portador de insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida por prolapso de folheto posterior com insuficiência mitral severa e dislipidemia que seria submetido a troca protética biológica de válvula mitral apresentou em achado angio tomográfico a variação descrita do arco aórtico conhecida como artéria lusoria e a dilatação de sua porção proximal denominada divertículo de Kommerell.Submetido a circulação extracorpórea de 70 minutos e anóxia de 50 minutos, apresentou troca valvar sem complicações e ecocardiograma de controle com melhora de desempenho sistólico porem com manutenção de hipertrofia concêntrica e dilatação acentuada de átrio esquerdo. CONCLUSÃO: Por ser uma variação anatômica de baixa monta, não ultrapassando 2% de incidência ela se mostra como um desafio clínico e cirúrgico, leva-se em conta a anomalia do trajeto arterial que pode dificultar a introdução do cateter multilumen, bem como o risco de rutura e embolização da dilatação na raiz de origem da subclávia aberrante. Além do fato de que no curso retro esofágico da artéria lusoria, esta pode comprimir o esôfago e ocasionar disfagia característica, o que faz deste relato de vital importância para condução de casos complexos