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Via transradial distal como padrão para cineangiocoronariografias e intervenções coronarianas percutâneas: experiência de mundo real com 3991 pacientes consecutivos do registro DISTRACTION.

Marcos Danillo Peixoto Oliveira, Lélio Lemos Pinto Neto, Ednelson Navarro, Adriano Caixeta
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil, Hospital Regional do Vale do Paraíba - Taubaté - São Paulo - Brasil

O acesso arterial transradial distal (dTRA) na tabaqueira anatômica, refinamento da técnica convencional (pTRA), apresenta potenciais vantagens: maior conforto a pacientes (pcts) e operador, menos sangramentos, hemostasia mais rápida e substancial redução no risco de oclusão da artéria radial (AR) proximal. Com vistas a seavaliarem exequibilidade e segurança do dTRA como via de escolha para cinecoronariografias (CINE) e/ou intervenções coronarianas percutâneas (ICP) rotineiras, analisaram-se os dados de3991 (all-comers) pcts consecutivos submetidos, de FEV/19 a MAR/22, a CINE e/ou ICP via dTRA, incluídos no DISTRACTION (DIStal TRAnsradial access as default approach for Coronary angiography and intervenTIONs), o primeiro registro prospectivo brasileiro com tal fim. Resultados: A média de idade da amostra foi 63.36±13.3 anos, com maioria de gênero masculino (65.4%) e hipertensão arterial sistêmica (77.4%). Síndromes coronarianas agudas prevaleceram (50,4%), 40,4% tiveram síndromes coronarianas crônicas e 104 (2.6%) pcts se apresentaram ao cath lab em status de choque cardiogênico. A AR distal foi puncionada com êxito em todos os 3991 pcts. Houve apenas 2.3% de “access site crossovers”, sendo, destes, 16% para o dTRA contralateral e 55% para o clássico pTRA. Logrou-se inserção bem-sucedida do sheath via dTRA em 98% dos pcts, mormente (80,1%) via dTRA direito, com sheaths 6Fr (98,5%) e hemostasia com o TR band® (97.8%). Repetição de dTRA ipsilateral se deu em 443 (11%) pcts; dTRA esquerdo foi usado em 8,1% e dTRA bilateral simultâneo, em 27 (0.7%) pcts. Em 60% dos pacientes, procedeu-se a ICP (eletivas, primárias, de resgate ou ad hoc), sendo a artéria descendente anterior o território-alvo mais prevalente (29%) e ICP de oclusões totais crônicas em 92 (2.3%) pcts. Não houve qualquer documentação de oclusão de AR (distal e proximal) à alta hospitalar. Caso isolado de pseudoaneurisma pós-dTRA direito foi resolvido com compressão prolongada, guiada por USG Doppler, com o TR band®. Não ocorreram eventos adversos cardíacos ou cerebrovasculares nem outras complicações maiores relacionadas à via de acesso. Conclusões: O uso rotineiro, por operadores experientes, do dTRA como padrão para CINE e/ou ICP em pcts de mundo real parece ser exequível e seguro, no afã de se dirimirem as complicações vasculares e de se preservar a AR para uso futuro.

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