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Pericardite bacteriana secundária a Staphylococcemia: Relato de caso

Daniel Fioravanti Gimenez, Elaine dos Reis Coutinho, Lorena Martinez Corso, Maria Patelli Juliani Souza Lima, Aloísio Marchi Rocha
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS – PUCAMP - - SP - BRASIL

 

INTRODUÇÃO:

A pericardite bacteriana (PB) é uma patologia rara, que corresponde a 1% das afecções pericárdicas. Os principais agentes são Estreptococo, Staphylococcus aureus (S.aureus), Streptococcus pneumoniae. O prognóstico da PB é desfavorável, podendo evoluir com tamponamento cardíaco, pericardite constritiva, choque séptico e morte. Apresentamos um caso de dor torácica e sepse grave causado por PB.

 

RELATO DE CASO:

Paciente feminina, 44 anos, sem morbidades, encaminhada a hospital terciário para angioplastia de resgate por Síndrome Coronariana aguda com supra de ST após trombólise sem critérios de reperfusão. Referia histórico de febre há 15 dias, dispneia e dor torácica decúbito dependente, progressiva e de forte intensidade. Eletrocardiograma da entrada (fig 1):

Fig 1

           

      Ao exame: Sonolenta, 125bpm, 90x55mmHg, atrito pericárdico, taquipneica e com lesão furunculosa axilar. Laboratoriais demonstravam leucocitose, troponina negativa, PCR elevado e hemoculturas positivas em 3 pares para Staphylococcus aureus sensível à Oxacilina (S.aureus Oxa.S). Iniciada terapia com Oxacilina, Ibuprofeno e Colchicina. Diagnosticado diabetes mellitus tipo 2 durante a internação, com HBA1c de 12,5% e iniciada Insulinoterapia.

Ao Ecocardiograma, Fração de ejeção 62%, ausência de vegetações intracavitárias ou estruturas anômalas. Espessamento pericárdico e derrame de 6mm.Ressonância Magnética Cardíaca: pericárdio de 5mm, difusamente espessado, hipersinal em T2 e realce tardio, compatível com Pericardite Aguda. Derrame discreto de 10mm em parede lateral e hipersinal, sugerindo componente inflamatório (Fig 2 a 4).

Fig 2 a 4

Houve melhora clínica após terapia, hemoculturas de controle negativas, normalização de ECG, recebendo alta hospitalar. Consulta após 3 meses da alta assintomática.

 

DISCUSSÃO:

A principal etiologia de Pericardite Aguda é a viral, e em geral, de evolução branda enquanto a PB é uma doença rara, compreendendo menos de 1% de todas patologias pericárdicas. Quando o diagnóstico é tardio, cerca de 1/3 dos pacientes desenvolvem tamponamento cardíaco por empiema, ou ainda, podem evoluir com pericardite constritiva. Neste caso, a sepse grave por S.aureus esteve atrelado a quadro de imunodepressão secundário ao diabetes descompensado.

 

CONCLUSÃO:

Apesar de rara, a hipótese de PB deve ser aventada para evitar progressão a desfechos mórbidos, como pericardite constritiva e morte.

 

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