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Tamponamento cardíaco por quilopericárdio em pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica.

Giorgio Marinaro, Valeria Mozetic, Walberto Monteiro, Johnatan Michael, Camilla Vilela, Isabella Souza, Amanda Ferino, Victor Sapia
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - - BRASIL

Introdução: Quilopericárdio (QP) após cirurgia cardiáca é uma condição rara (com incidência de 0,12%), porém potencialmente fatal ao complicar para tamponamento cardíaco. O objetivo deste estudo é apresentar um caso de paciente com tamponamento cardíaco iniciado após cirurgia de revascularização miocárdica. Relato de caso: Paciente masculino, 46 anos, dislipidêmico e com doença arterial coronariana estável; submetido eletivamente a ciruriga de revascularização miocárdica em Dez/2014. No 17º pós-operatório (PO) evoluiu com derrame pleural bilateral e necessidade de toracocentese. Apesar de melhora inicial, apresentou recidiva do derrame pleural após 8 dias. Realizado nova drenagem torácica. No 7º PO, apresentou tamponamento cardíaco e necessidade de pericardiocentese.  Após 2 semanas, iniciou quadro febril e pré-síncope; sendo evidenciado novo tamponamento. Submetido a drenagem pericárdica com débito de 850 mL, além de antibioticoterapia empírica. Evoluiu em PO com débito persistente em dreno mediastinal de aspecto quiloso. Corroborando com a suspeita, a bioquímica do líquido confirma tratar-se de quilopericárdio e a linfocintilografia evidenciou fístulas linfáticas em timo. Apesar da nutrição parenteral total sem lipídeos, manteve débito quiloso pelo dreno. Diante disso, optou-se por intervenção cirúrgica. No intraoperatório de esternotomia exploradora, foi administrado 200 mL de solução lipídica via sonda nasogástrica, de modo a identificar os pontos de fístula em timo com subsequente sutura e hemostasia. Após tal intervenção, paciente manteve baixo débito pelo dreno mediastinal com conteúdo sero-hemático. Em 6º PO já sem débito mediastinal, retirado o dreno e alta hospitalar. Discussão: Dentre os principais mecanismos do quilopericárdio, destacam-se a lesão de vasos linfáticos originados do coração, ducto torácico ou lesão no tecido tímico. O quadro pode ser oligossintomático ou até gerar tamponamento pericárdico. O diagnóstico é firmado através de ecocardiograma e análise bioquímica do líquido pericárdico. Como descrito no caso, a linfocintilografia pode gerar informações adicionais sobre o mecanismo dessa condição. O tratamento se baseia na drenagem pericárdica e dieta hipolipídica. Casos refratários podem necessitar de ligadura de vaso ou tecido linfóide. Conclusão: Quilopericárdio é uma das complicações pós-operatórias em cirurgias cardíacas e deve ser recordada dentre os diagnósticos diferenciais de derrame pericárdico pós-operatório.

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