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Diâmetro diastólico do ventrículo direito como preditor de desfecho adverso em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica: acompanhamento de um ano.

Faria RA, Goulart CL, Santos PB, Marinho RS, Firmino SM, Rizzatti FPG, Mendes RG, Silva AB, Roscani MG
Universidade Federal de São Carlos - São Carlos - SP - Brasil

Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença complexa e altamente prevalente, evolui com prognóstico desfavorável e deterioração progressiva. A ecocardiografia transtorácica pode ser uma ferramenta útil para monitorar hipertensão arterial pulmonar (HAP), função das câmaras direita e esquerda, hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE) e anormalidades estruturais das câmaras, assim como fornecendo maiores informações sobre o prognóstico desta doença considerando outras variáveis morfológicas e de função biventricular. 

Objetivo: Nosso estudo propôs-se a analizar marcadores ecocardiográficos como potenciais preditores de resultados discordantes, como a composição de óbito, evento cardiovascular não fatal ou hospitalização em pacientes diagnosticados com DPOC através da avaliação do impacto obtido pelo seguimento no período de 1 ano da variável detectada como desfecho. 

Método: Estudo de coorte longitudinal com 35 pacientes monitorados por 1 ano para desfechos desfavoráveis ​​com diagnóstico de DPOC e fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) preservada. Para a inclusão no estudo, todos os pacientes foram submetidos a avaliação clínica, ecocardiografia e espirometria, sendo observados neste período os desfechos primários: composição da morte por qualquer causa ou evento cardiovascular não fatal ou hospitalização. A análise estatística pontuou os preditores ecocardiográficos de resultados adversos. O nível de significância para todas as análises considerou p <0,05. 

Resultados: Tiveram desfechos desfavoráveis (n = 10), pacientes que apresentaram maior DDVD (p = 0,03), menor FEVE (p = 0,01) e menor capacidade vital forçada (p = 0,03). A curva operacional padrão mostrou que valores do diâmetro diastólico do ventrículo direito (DDVD) maiores que 38 mm têm A / C de 0,73 (IC 95%: 0,52 -0,93; p = 0,03). Considerando a curva de Kaplan Meier para os desfechos primários, a dilatação do VD foi considerada um preditor independente de evolução desfavorável da doença, com diferença significativa nas curvas para o ponto de corte do DDVD acima ou abaixo de 38 mm (Log-Rank, p = 0,03). 

Conclusão: O DDVD maior que 38 mm foi 73% fixado na previsão de desfechos desfavoráveis (composição de morte, hospitalização ou evento cardiovascular não fatal) no seguimento de 1 ano. Esses achados reforçam que a ecocardiografia pode ser uma ferramenta útil na avaliação do prognóstico desses pacientes.

Este estudo recebeu financiamento para realização da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil (FAPESP) Processo nº (2015/26/501-1 and nº 2018/03233-0; coordenação da Profª Dra. Audrey Borghi-Silva) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-Brasil (CAPES-001) e CNPq: 141803/2019-3

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