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Fibrilação atrial secundária à quimioterapia

Carla Bomtempo
Hospital Biocor - Belo Horizonte - MG - Brasil

Introdução: Leucemia Linfocítica crônica (LLC) é caracterizada por crescimento de linfócitos monoclonais maduros, que se acumulam no sangue, medula óssea, linfonodos, baço, fígado e outros órgãos. O Ibrutinibe é um inibidor da proteína tirosinaquinase e faz parte do arsenal terapêutico em LLC recidivante/refratária com características de alto grau. Relato do caso: Feminina, 76 anos, hipertensa, hipotiroidismo, portadora de LLC. Realização de R-CHOP (Rituximabe, Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Vincristina, Prednisona) em 2016 e remissão da doença. Manteve-se desde então assintomática do ponto de vista cardiovascular. Uso domiciliar prévio de: levotiroxina, omeprazol, escitalopran, olmesartana, hidroclorotiazida, rivaroxabana, metropolol. Em 2021, houve recidiva da doença, iniciado Ibrutinibe. Após 3 meses, internada com palpitações, dispneia, classe funcional NYHA III.  Eletrocardiograma com Fibrilação atrial de alta resposta ventricular. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) com fração ejeção (FE) 35%. ECOTE sem trombos. Cintilografia miocárdica sem substrato de isquemia. Otimizado medicação para insuficiência cardíaca, associado espironolactona, diurético de alça, dose máxima de B-bloqueador, digoxina, controle de ritmo com amiodarona e NOACs. Na internação, dificuldade de controle da arritmia, optado em conjunto com equipe de hematologia por suspender quimioterápico. Apresentou estabilização clínica com alta hospitalar, em classe funcional NYHA II e em ritmo sinusal. Consulta de retorno em 4 semanas: ECOTT com FE: 45%, Holter 24h sem episódios de FA, NYHA II, liberada para retorno ao tratamento oncológico com outra linha de quimioterápico.

Discussão: Atualmente alguns estudos relatam aumento de sangramentos e surgimento de FA como efeitos adversos com uso de Ibrutinibe. A paciente do relato tinha outros substratos factíveis para o aparecimento da arritmia, mas diante da não evidencia de doença coronariana em estudo funcional, controle adequado de níveis de TSH e T4 e, com grande repercussão clínica da arritmia, foi optado por suspender a QT. Com isso, conseguimos de imediato cessar os paroxismos de FA e estabilização clínica. Posteriormente, melhora da FE, o que resultou em melhora da qualidade de vida e liberação para continuidade do tratamento oncológico.

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