Introdução: O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e, com as terapias apropriadas, tem prognóstico satisfatório em 5 anos. A terapia antiandrogênica, amplamente utilizada, predispõe alterações metabólicas que são capazes de desestabilizar doenças cardiovasculares prévias ou apresentar novas alterações cardiovasculares. Objetivo: mostrar evento cardiológico agudo em uso de Abiraterona, com estabilização clínica, possibilitando prosseguimento do tratamento oncológico. Relato de caso: Masculino, 69 anos, hipertenso, obeso, doença renal crônica não dialítica, câncer de próstata prévio – Adenocarcinoma, Gleason 6. Uso domiciliar: Losartana, Abiraterona. Internado com retenção urinária, associado a infecção do trato urinário, realizado ressecção transuretral de próstata. No pós operatório, crise hipertensiva, dor torácica, dispneia, edema agudo de pulmão hipertensivo com troponina alterada. Ecocardiograma com fração de ejeção preservada e sem déficit segmentar. Cineangiocoronariografia com lesão grave em coronária direita, realizado angioplastia. Lesão moderada em descendente anterior com FFR negativo, tratamento conservador. Apresentou fibrilação atrial aguda, revertida com amiodarona. Recebeu alta hospitalar em bom estado geral, com uso de clopidogrel, NOAC, medicação anti-isquêmica e anti-hipertensiva otimizadas, além da manutenção do Abiraterona. Discussão: Sabe-se que a terapia antiandrogênica tem efeitos colaterais diretos e indiretos sobre o sistema cardíaco. Neste caso, a hipertensão induzida pelo uso de Abiterona, ocasionou a desestabilização da doença coronariana, com Infarto Agudo do Miocárdio e necessidade de revascularização. Assim, demonstra-se a importância do monitoramento com cardiologista para melhor gerenciamento dos efeitos colaterais da terapia oncológica sobre as doenças cardiovasculares.