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Influência do diabetes mellitus tipo 2 na mortalidade por insuficiência cardíaca congestiva por doença de Chagas em mulheres e homens

Antonio de Padua Mansur, Carlos Henrique Del Carlo, José Antonio Ramos Neto, André Barbosa de Abreu, Airton Roberto Scipioni, Antonio Carlos Pereira Barretto
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) é uma das principais causas de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) no Brasil e carrega uma alta morbidade e mortalidade. Acredita-se que o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) associa-se com maior risco cardiovascular em mulheres do que nos homens. Este estudo objetivou analisar a influência do DM2 na mortalidade por ICC por CCC em mulheres e homens.

Métodos: De fevereiro de 2017 a setembro de 2020, acompanhamos uma coorte de pacientes ambulatoriais com ICC (critérios de Framingham) por CCC. Testes sorológicos específicos diagnosticaram a doença de Chagas. Os dados basais incluíram características clínicas e achados ecocardiográficos. As análises estatísticas foram realizadas com o método de Kaplan-Meier para analisar os dados de tempo até o evento e os métodos de risco proporcional de Cox para buscar preditores de morte.

Resultados: Estudamos 733 pacientes, média de 61,4 ± 12,3 anos, 381 (52%) do sexo masculino. DM2 estava presente em 46 (15%) mulheres e 40 (12%) homens. As mulheres com DM2, comparadas aos homens com DM2, tiveram média de idade maior (62,7±12 vs. 59,7±12,5 anos; p<0,001), tinham uma fração de ejeção ventricular esquerda média (FEVE) maior (42,8±14,3% vs. 37,3±14,3%; p<0,001) e um diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo menor (58,2±8,5 vs. 61,9±8,6 mm; p<0,001). Ao longo de um período de seguimento de 3 anos, 26 (65%) homens e 30 (65.2%) mulheres com DM2 morreram e a mortalidade foi maior nos pacientes com DM2 comparados aos não diabéticos (Mulheres: log-rank p<0,001; Homens: log-rank p<0,001; Figura). A regressão de Cox ajustada para idade, infarto do miocárdio prévio, DM2, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, doença renal crônica (DRC), fibrilação atrial (FA), e FEVE, mostrou, em ordem decrescente, DM2 (HR=2,19), AVC (HR=1,81), FA (HR=1,80), DRC (HR=1,72), e FEVE reduzida (HR=1,29) como os mais importantes preditores de morte em mulheres e, em homens, AVC (HR=), DM2 (HR=2,01), DRC (HR=1,83), AF (HR=1,58) e FEVE reduzida (HR=1,24).

Conclusões: A mortalidade da ICC por CCC foi semelhante em mulheres e homens com DM2. O DM2 neutralizou a proteção das mulheres comparada aos homens em relação à mortalidade pela ICC.

 

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