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Reserva contrátil não prediz desfechos a longo prazo após troca valvar aórtica em pacientes com estenose aórtica baixo-fluxo e baixo-gradiente

Fernanda C. Tessari, Vitor E. E. Rosa, Maria Antonieta A. M. Lopes, Carlos Augusto H. M. Campos, Daniella C. Nazzetta, Mariana P. Lopes, Antonio S. S. A. Lopes, João R. C. Fernandes, Roney O. Sampaio, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A  estenose aórtica baixo-fluxo e baixo-gradiente com fração de ejeção reduzida (BFBG) é um estágio avançado da estenose aórtica (EAo), com mau prognóstico com tratamento clínico e alta mortalidade cirúrgica com a troca valvar aórtica (TVAo). Além disso, pacientes sem reserva contrátil (RC) são frequentemente contraindicados para cirurgia. No entanto, faltam dados sobre o impacto da RC na mortalidade associada à TVAo.

Objetivo: avaliar o impacto da RC nos desfechos a longo prazo após TVAo em pacientes com EAo BFBG.

Métodos: Estudo prospectivo incluindo 41 pacientes EAo BFBG (área valvar aórtica ≤ 1,0 cm², gradiente transaórtico médio (Gm) < 40 mmHg, fração de ejeção do ventrículo esquerdo <50%) com EAo verdadeiramente importante. Todos os pacientes foram submetidos a ecocardiograma de estresse com dobutamina e ressonância magnética cardíaca (RMC) com mapa T1. Pacientes com EAo pseudo-importante foram excluídos. O desfecho composto avaliado foi mortalidade e readmissão hospitalar.

Resultados: Todos os pacientes eram portadores de EAo degenerativa, com mediana de idade de 66 [60-73] anos, sendo a maioria do sexo masculino (83%). Encontrou-se alta prevalência de comorbidades, destacando-se diabetes (39%), hipertensão (68%), fibrilação atrial (26%) e doença arterial coronariana (36%). No ecocardiograma de estresse, encontramos 30 pacientes (73,1%) com RC e 11 pacientes (26,9%) sem RC. Pacientes com e sem RC apresentaram características ecocardiográficas semelhantes, exceto pela área valvar aórtica, menor nos pacientes com RC (0,80 [0,60-0,92] vs 0,95 [0,80-0,98] cm², p=0,020). Na RMC, a fração de volume extracelular (ECV) e o ECV indexado também foram semelhantes entre aqueles com e sem RC (28 [26-31] vs 28 [27-33]%, p=0,441 e 36 [26-41] vs 28 [20- 34]ml/m², p=0,183, respectivamente). Bioprótese foi implantada em 78% e cirurgia de revascularização miocárdica foi realizada concomitantemente em 14% dos pacientes. A mortalidade em 30 dias foi de 14,6%. Pela análise multivariada ajustada para RC, apenas o Gm (HR: 0,923, IC 95% 0,864-0,986, p=0,019) foi associado ao desfecho composto. A mediana de seguimento foi de 36 [4-50] meses e não houve diferença de mortalidade entre os pacientes com e sem RC ao final do seguimento (Figura 1).

Conclusões: O gradiente transaórtica médio foi o único fator independente associado a desfechos a longo prazo após TVAo em pacientes com EAo BFBG. A RC não apresentou impacto prognóstico nos desfechos a longo prazo.

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