Resumo: O infarto agudo do miocárdio (IAM) está relacionado à ruptura de placas de ateroma contendo citocinas pró-inflamatórias, lipoproteína oxidada de baixa densidade (oxLDL) e MMP9, um microambiente compatível com a presença de uma comunidade microbiana patogênica. Recentemente, foram descobertas vesículas extracelulares infecciosas (iVECs) em co-infecções. Anteriormente, encontramos iVECs positivas para DNA de Arquéia e antígenos de Mycoplasma pneumoniae em placas vulneráveis. Agora, procuramos biomarcadores de partículas de soro para diferenciar desfechos clínicos da Doença Arterial Coronariana, analisando 168 pacientes (pcts) subdivididos em 4 grupos: aterosclerótico (ATR), infartados com menor gravidade Killip I-II (IAM), infartados com maior gravidade Killip III-IV (IAMg) e saudável (CTL). Métodos: Quantificamos e caracterizamos iVECs séricas (0,79-1,34 µm) através de seu conteúdo usando a técnica de Citometria de Fluxo, para análise do perfil inflamatório nós quantificamos a concentração de citocinas usando kit CBA, para quantificar de maneira absoluta os exossomos (<100nm) utilizamos equipamento Nanosight e para correlações usamos teste de Spearman. Resultados: Pacientes IAMg apresentaram aumento do número de iVECs séricas positivas para DNA de arquéia e antígenos de M. Pneumoniae, MMP9, IL6 e IL10. Já TNF-α aumentou nos grupos CTL e ATR em comparação com ambos grupos de IAM. TNFα correlacionou-se com iVECs provenientes de arquéias no grupo IAMg. Também houve correlação positiva significativa entre M. pneumoniae e MMP9 nos grupos IAM, CTL e ATR. Houve correlação positiva significativa entre M. pneumoniae e IL-6 nos grupos IAM e IAMg. Os grupos ATR e CTL apresentaram maior número de exossomos do que o grupo IAMg. Conclusão: Aumento do número de iVECs séricas positivas para DNA de arqueia, M. pneumoniae e MMP9 em associação com o aumento dos níveis de IL-6, acompanhado da diminuição do número de exossomos protetores e correlação entre TNFα vs arquéia, estão presentes no desfecho clínico dos pacientes infartados com pior gravidade, sugerindo que os níveis de iVECs e citocinas podem constituir novos biomarcadores para diferenciar desfechos da Doença Arterial Coronariana.