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Bloqueio divisional anterossuperior esquerdo associado a bloqueio atrioventricular induzido ao teste ergométrico: Relato de caso.

VAGNER LUCAS SUARES, LIVIA O AZOURI, WILLIAM A. CHALELA, RODRIGO IMADA, ANDRÉA MARIA G. M. FALCÃO
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Os distúrbios de condução induzidos ao teste ergométrico (TE) são incomuns e os bloqueios divisionais (anterossuperior, anteromedial e posteroinferior) são ainda mais raros. Esses, geralmente estão associados a lesões críticas coronárias. Objetivo: descrever a ocorrência de bloqueio divisional anterossuperior esquerdo (BDASE) e BAV 2º grau Mobitz II durante o TE e sua correlação com a clínica. Descrição do caso: paciente de 77 anos, sexo feminino, com história de dispnéia aos moderados esforços,dor torácica e tontura há seis meses, sem síncope ou pré-síncope. Sem medicações e sem fatores de risco cardiovascular. O ECG de repouso (fig 1) mostrou ritmo sinusal com FC de 60 bpm e bloqueio de ramo direito (BRD); ecocardiograma normal, com FEVE de 61% (Teicholz). Foi solicitada cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) para investigação de DAC, a qual foi realizada associada ao TE com protocolo Bruce. Aos 6 min do TE (2º estágio) apresentou BAV 2:1 e BDASE intermitente (fig 2) acompanhado de fadiga extenuante, dor precordial e pré-síncope, que levou a interrupção do exame. O TE durou 13’39”, com comportamento normal da pressão arterial, FC máxima atingida de 97 bpm (67% da prevista) e 7 MET de capacidade funcional. A CPM não demonstrou isquemia até a FC alcançada. O Holter corroborou os achados de BAV 2:1 associado a bloqueio de ramo alternante. Discussão: O caso é de um bloqueio “trifascicular” ao esforço (BRD em repouso associado ao BDASE e BAV 2º grau Mobitz II ao esforço). O BDASE tem forte associação com isquemia, especialmente lesões de artéria descendente anterior (DA), no entanto isso não foi observado no caso. Já os BAVs também são incomuns (prevalência de 0,45% dos TE)  e sua prevalência aumenta com a idade. Os tipos mais frequentes são os BAV de 1º grau e BAV 2º grau 2:1  ou os BAV avançados. Por outro lado, é a localização do bloqueio no sistema de condução que irá determinar o seu prognóstico: o BAV Mobitz I geralmente se localizam no nó AV e são responsivos ao sistema nervoso autônomo (SNA). Já o BAV Mobitz II é de localização infranodal, não influenciado pelo SNA e por isso é mais grave. Os BAVs ao TE são importantes na prática clínica, já que podem ajudar no manejo clínico, para indicação de implante de marcapasso, o qual a paciente foi submetida com melhoria clínica.Conclusão:OTE foi fundamental para expor os distúrbios de condução intraventricular e atrioventricular não conhecidos previamente, em conjunto com a manifestação clínica.Esses achados podem ser comparados aos resultados de um estudo eletrofisiológico invasivo. 

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