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Miocárdio hibernante como condição para recuperação da contratilidade cardíaca

Luiz Fernando Avezum do Prado, Paula Santiago Teixeira, Solange Regina Generozo, Antonio Carlos Moreira, Maria Eduarda Menezes de Siqueira, Walter Gomes, Adriano H P Barbosa
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução:O miocárdio hibernante é uma condição no qual as células musculares estão desdiferenciadas devido à hipoperfusão crônica com consequente déficit contrátil e potencial de recuperação funcional após intervenção percutânea ou cirúrgica.Fisiopatologia ainda não está completamente elucidada, porém sabe-se que há uma adaptação tanto de uma reserva de fluxo inadequada como de fluxo sanguíneo coronariano reduzido no repouso. Objetivo: Relato de paciente com miocárdio hibernante e enfatizar a importância dessa condição.Relato de caso:Paciente masculino, 71 anos,  hipertenso, doença renal crônica não dialítica e infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de ST de parede inferior não trombolisado sem reperfusão miocárdica. Admitido com quadro de há 6 meses com dispnéia progressiva aos esforços e aos mínimos esforços associada à ortopnéia, dispnéia paroxística noturna e edema de membros inferiores. Eletrocardiograma em ritmo sinusal e inatividade elétrica em DII, DIII e aVF. Iniciado tratamento clínico otimizado para insuficiência cardíaca. Ecocardiograma com fração de ejeção de 26% (Simpson), acinesia inferolateral, inferior, septal inferior e hipocinesia dos demais segmentos. Ventrículo direito com função reduzida. Cineangiocoronariografia mostrou tronco de coronária esquerda com 80% de estenose distal, descendente anterior estenose segmentar que inicia do ostio e terço proximal oclusão de 90%, apresenta ainda estenose de 70% no terço médio-distal, primeiro ramo diagonal ocluído no óstio, circunflexa subocluida no terço médio com fluxo TIMI 2, coronária direita com estenose de 90% no terço distal e descendente posterior com estenose de 90% no óstio. Realizada cirurgia de revascularização miocárdica (mamária esquerda – descendente anterior, mamária direita-marginal e ponte de safena – descendente posterior). Recebeu alta hospitalar e encontra-se assintomático. Ressonância magnética cardíaca realizada no seguimento de 5 meses evidenciou melhora da função ventricular. Já iniciando recuperação do miocárdio que se encontrava hibernado, com melhora evolutiva da fração de ejeção para 38% e presença de realce tardio transmural (acometendo aproximadamente 50% da espessura da parede) em segmento médio das paredes inferosseptal, lateral e segmento apical das paredes septal, inferior e ápex. Presença de realce não transmural (<50% da espessura) em segmento basal da parede inferolateral.Conclusão: Esse relato de caso ilustra a importância do diagnóstico de miocárdio hibernante como causa reversível de disfunção miocárdica na insuficiência cardíaca isquêmica.

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