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Relato de caso: Uso de dexrazoxano na prevenção de cardiotoxicidade induzida por antraciclinas no tratamento de paciente com Linfoma de Hodgkin

Osvaldo Fritzen de Lima, Marina Macedo Kuenzer Bond
Curso de Pós-Graduação em Cardiologia da SBC/INC/INCA - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução: O tratamento do câncer com medicamentos da classe das antraciclinas é frequente e pode estar associado à cardiotoxicidade, sendo esse um dos efeitos adversos mais significativos do tratamento oncológico e responsável por uma considerável morbimortalidade. A taxa de mortalidade em doentes oncológicos que apresentaram cardiotoxicidade é elevada, podendo ser superior a 60% em dois anos. Tal desfecho clínico pode ser evitado através da prevenção e detecção precoce, sendo aplicadas medidas que visam evitar as suas complicações. Dentre as estratégias para prevenção de cardiotoxicidade está o uso do dexrazoxano, medicamento que obteve resultados favoráveis na redução de cardiotoxicidade em estudos clínicos que avaliaram desfechos como a redução de marcadores bioquímicos de injúria miocárdica e medidas ecocardiográficas.  

Nesse relato, decrevemos o caso de um paciente de 65 anos, portador de Linfoma de Hodgkin do tipo esclerose nodular (Estadio clinico IIIA), diagnosticado em 30/09/21.  

O tratamento quimioterápico foi realizado com um esquema composto por Doxorrubicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina. Os antecedentes prévios do paciente são diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, ex-tabagista, doença arterial coronariana com cirurgia de revascularização miocárdica. O único sintoma relatado pelo paciente era o de dispnéia aos moderados esforços. O ecocardiograma transtorácico de controle realizado antes do início do esquema quimioterápico, apresentava disfunção ventricular leve com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) de 45% e dilatação discreta das câmaras esquerda com strain longitudinal global (GLS) de 15,4%. 

Realizada a Cintilografia Miocárdica de repouso/estresse, a qual demonstrava acinesia das paredes inferior e ínfero-lateral, sem sinais de isquemia.  

Optado por realizar o esquema quimioterápico em associação ao Dexrazoxano na dose de 10:1. Realizado seguimento ambulatorial, o paciente manteve a mesma classe funcional, sem novos sintomas. Realizado ecocardiograma transtorácico (03/2022) de controle que demonstrou melhora da FEVE no valor de 55% e GLS de 16,9%.  

Conclusão: O uso do dexrazoxano demonstra-se uma alternativa segura e eficaz, na prevenção da cardiotoxicidade induzida pelo uso dos antraciclicos, nos pacientes sob alto risco de desenvolver complicações cardiovasculares.

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