Introdução. O processo de envelhecimento é acompanhado por alterações em diversos sistemas, incluindo os sistemas musculoesquelético e respiratório, que parecem estar interligados em relação à capacidade funcional do idoso. No entanto, os mecanismos responsáveis pela redução da velocidade da marcha precisam ser mais bem explorados. O desfecho primário foi a velocidade da marcha. Este estudo investigou se existe correlação entre a redução da velocidade da marcha com a força muscular respiratória, fluxo sanguíneo muscular periférico e força de preensão palmar em idosos.
Métodos. Foram avaliados 49 idosos com idade superior a 65 anos (78±6 anos), de ambos os sexos e clinicamente estáveis. A velocidade da marcha foi avaliada pelo teste de caminhada de 4,6m. A pressão inspiratória máxima (Pimax) e a pressão expiratória (Pemax) foram avaliados pela manuvacuometria, a força de preensão palmar por meio de um dinamômetro e o fluxo sanguíneo muscular periférico por pletismografia de oclusão venosa.
Resultados. 25 (51%) dos idosos avaliados eram do sexo masculino, 40 (81,6%) não praticavam atividade física regular, mas 34 (69,4%) faziam fisioterapia 1-2/semana e 28 (59,6%) tinham a velocidade da marcha reduzida. Os idosos com velocidade de marcha reduzida apresentaram uma Pemax significativamente menor (57±20 vs. 70±22, P= 0,049) e uma força de preensão palmar reduzida (17±6 vs. 24±9, P= 0,005). Não foi encontrada correlação significativa com os valores do fluxo sanguíneo muscular periférico.
Conclusão. Idosos com velocidade de marcha reduzida apresentaram menores valores de Pemax e de força de preensão palmar. Esses dados sugerem uma possível associação entre a força muscular expiratória reduzida e uma menor força de preensão palmar com a redução da velocidade de marcha em idosos.