1) Introdução: Fibrilação atrial nova (FAPO) no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) é uma entidade observada em até 40% dos procedimentos. Apesar disso, há poucas evidências sobre o uso de anticoagulantes orais diretos (DOACs) neste cenário. 2) Métodos: Trata-se de estudo unicentrico, randomizado, prospectivo e aberto comparando duas estratégias de anticoagulação: Varfarina associada à ponte com enoxaparina versus rivaroxabana após FAPO. As medicações foram iniciadas durante a internação e o seguimento foi de 30 dias. O desfecho primário foi a avaliação de custo-efetividade. Os custos foram analisados sob a perspectiva de saúde suplementar no sistema de saúde brasileiro. Anos de vida ajustados por qualidade de vida (QALY) foram avaliados usando o questionário SF-6D. O desfecho de segurança considerado foi qualquer sangramento pelos critérios da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH). 4) Resultados: Foram randomizados 51 pacientes que apresentaram FAPO para iniciar a anticoagulação assim que o risco de sangramento fosse considerado baixo e foram acompanhados por 30 dias. Vinte e seis pacientes foram randomizados para o grupo varfarina e 25 para o grupo rivaroxabana. Ambos os grupos tinham perfil de comorbidades semelhantes. Aproximadamente 60% dos pacientes foram operados em cenário eletivo e 40% em cenário de síndrome coronariana aguda. A mediana do desfecho primário de custo-efetividade foi de R$ 6832,8 no grupo da varfarina e R$ 2195,3 no grupo grupo rivaroxabana (p<0,001), conforme mostrado na Figura 1. O resultado do questionário SF-6D não apresentou diferença estatística entre os grupos (p=0,403). As taxas de sangramento foram de 26% no grupo varfarina e 12% no grupo rivaroxabana (p =0.18). 5) Conclusão: Neste estudo com seguimento de 30 dias, a estratégia de anticoagulação com rivaroxabana em pacientes com FAPO foi mais custo-efetiva em relação à terapia padrão com varfarina.