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Avaliação do autocuidado em díades de pacientes com insuficiência cardíaca e seus cuidadores

Wilson AMMM, Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz
ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução: Pesquisas recentes sugerem que o Autocuidado (AC) na insuficiência cardíaca (IC) é um fenômeno diádico, em que características do paciente influenciam as contribuições do cuidador e vice-versa. Objetivo: analisar o AC em díades de pacientes com IC e seus cuidadores. Método: estudo transversal, realizado em dois ambulatórios de IC com amostra de 140 díades. Estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa. O AC do paciente foi avaliado pelo Self-care Heart Failure Index e a contribuição do cuidador pelo Caregiver Contribution to Self-care Heart Failure Index. Modelagem de efeitos mistos foi adotada para derivar variáveis do AC diádico (média e incongruência do engajamento da díade no AC); e as influências de variáveis selecionadas  dos pacientes e cuidadores no AC diádico foram analisadas por regressão linear múltipla. Resultados: Os pacientes (idade média de 64,30 DP = 11,61 anos; 56,43% do sexo masculino) e os cuidadores (idade média de 52,03 DP = 13,72 anos; 80,50% do sexo feminino; 48,57% cônjuges e 24,29% filhos dos pacientes) mostraram AC insuficiente, com escores de manutenção (pacientes - 51,69; cuidadores - 62,69) e de manejo (pacientes - 60,68; cuidadores - 62,85) abaixo de 70 pontos. Os escores de confiança para o AC também foram inadequados (pacientes - 64,52 e cuidadores - 63,25). As médias e as incongruências do AC diádico foram: 57,19 e 11,00 para AC de manutenção; 61,53 e 2,63 para o de manejo; os da confiança para AC diádico foram 63,89 e -1,27. As variáveis independentemente associadas ao AC diádico de manutenção foram: apoio social percebido pelo cuidador (0,113; p=0,005) e conhecimento da IC pelo paciente (0,101; p=0,036); ao AC de manejo: domínio físico da qualidade de vida relacionada à saúde do paciente (0,307; p<0,001), apoio social percebido pelo cuidador (0,135; p=0,009) e confiança do cuidador (0,139; 0,003); à confiança para o AC diádico foram: domínio psicológico da qualidade de vida do cuidador (0,013; p=0,047); e conhecimento do paciente sobre a IC (0,019; p<0,001). Foi possível identificar as variáveis independentemente associadas às incongruências no AC diádico. Conclusão: Os coeficientes do AC diádico na IC e a confiança para o AC estão aquém do desejável. Iniciativas para melhorar o apoio social, a qualidade de vida psicológica e a confiança do cuidador, bem como o conhecimento do paciente sobre a IC têm potencial de influir positivamente no AC diádico. Os resultados apoiam a necessidade de uma perspectiva diádica na prática clínica e na pesquisa.

 

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