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Efeitos benéficos da prescrição de Dapagliflozina na cardiotoxicidade aguda por quimioterápicos: Série de casos

Leonardo Pippa Gadioli, Henrique Turin Moreira, Leonardo Carvalho Palma, Matheus de Aquino Moreira Guimarães, Luis Gustavo Gali, Minna Moreira Dias Romano, Helio Umberto Angotti Carrara, Liane Rapatoni, Leandro Machado Colli, Andre Schmidt
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - Brasil

Introdução: Atualmente, a insuficiência cardíaca (IC) por quimioterápicos pode ser definida pela queda de 10% da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) para um valor abaixo de 50%. Essa complicação pode resultar em interrupção precoce do tratamento oncológico, diminuição da qualidade de vida, hospitalizações e morte. Por outro lado, estudo recente mostrou benefícios da prescrição de dapagliflozina (DAPA) um inibidor seletivo do co-transportador de sódio-glicose tipo 2 (iSGLT2) na redução de hospitalização e morte em portadores de IC. Porém, até o momento existem lacunas sobre o uso de DAPA no tratamento de pacientes com IC por toxicidade a quimioterápicos. Objetivo: Descrever em uma série de casos os desfechos cardiovasculares (remodelamento reverso, hospitalização e morte cardiovascular) associados à utilização de DAPA associada à terapêutica otimizada em portadores de IC por quimioterápicos submetidos a avalição repetida da FEVE pela ecocardiografia em curto prazo. Métodos: Estudo de série de casos (n=12) em portadores de IC por quimioterápicos submetidos ao tratamento com DAPA no período de 2020 a 2022 no ambulatório de cardio-oncologia de um hospital terciário. Resultados: Dentre os 12 pacientes avaliados, 9 eram mulheres com história de neoplasia de mama e 3 apresentavam neoplasias hematológicas (2 homens e 1 mulher). A média de idade foi de 54±14 anos. Os fatores de risco mais prevalentes foram obesidade e hipertensão arterial (n=5;42%, n=4; 33%, respectivamente). IC sintomática foi observada em 33% (n=4) dos casos. As antraciclinas (n=5;42%) e antraciclinas associada a terapia antiHER2 (n=6, 50%) foram os quimioterápicos utilizados por esses pacientes. Foram prescritas para otimização da IC, sacubitril/valsartana (n=2; dose média: 400 mg/dia), IECA (enalapril;n=10; dose média: 14±11 mg/dia), betabloqueador (carvedilol; n=9; dose média 55±17; bisoprolol; n=3;; 7,5±4 mg/dia) e espironolactona (n=8; dose média: 30 mg/dia). A média da FEVE antes do início do tratamento com DAPA e após o uso desse medicamento foi de 39±6% e 52±5% respectivamente. Todos os pacientes apresentaram IC melhorada (incremento de 10% da FEVE, atingindo valores acima de 40%) ou recuperação da FEVE > 50%. O tempo médio de melhora da FEVE foi de 122±136 dias. Não houve hospitalização e morte cardiovascular no período avaliado. Conclusão: O presente estudo mostra que a prescrição de DAPA em portadores de IC por quimioterápicos é segura e pode estar relacionada à melhora precoce da FEVE, proporcionado na maioria dos casos (n=10) a manutenção do tratamento oncológico.

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16 à 18 de junho de 2022