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Padrão de Aslanger: Supradesnivel de segmento ST em uma derivação isolada poderia significar lesão oclusiva na coronariografia?

Alana Ohashi, Giulio C.Gequelim, Audrey Caetano da Silva, Eduardo L. Adam, Talita Beithum Mialski, Mariana O. Borges, Daniel Hideki Tashima, Isadora Daleffi Zocoler, Guilherme Aron Perine , Milena Joly Kulicz
Hospital de Clínicas da UFPR - Curitiva - Paraná - Brasil

Introdução

Para o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnivel do segmento ST (SST), segundo a 4° Definição Universal de Infarto do miocárdio, é necessária a presença de SST em duas ou mais derivações contíguas¹. Entretanto, isso reduz a sensibilidade para o diagnóstico de IAM com SST em certas topografias². 

Aslanger, et al. (2020) identificou um novo padrão eletrocardiográfico (ECG) relacionado ao IAM inferior, com lesão oclusiva ou suboclusiva da artéria circunflexa (CX) ou coronária direita (CD). O padrão foi definido como: 

(1) supra de ST em DIII, mas não em outras derivações inferiores, 

(2) infra de ST em derivações de V4 a V6 (com exceção de V2) com uma onda T positiva,

(3) ST na derivação V1 mais alta do que na derivação V2.

Apresentamos dois casos de IAM de parede inferior com ECGs que apresentam este padrão.

Caso 1

Homem, 63 anos, previamente com diagnóstico de hipertensão arterial, dislipidemia e IAM com angioplastia de CD há 2 meses, procurou atendimento por dor precordial do tipo aperto com inicio há 5 horas. Realizado ECG (figura 1). Submetido à coronariografia após 11 horas do atendimento inicial, observada oclusão no terço proximal da CD intra-stent (figura 2) e oclusão crônica da artéria CX em terço médio (figura 3). Realizada angioplastia de CD com stents farmacológicos com bom resultado.

 

Caso 2

  Homem, 54 anos, com dor torácica típica com 3 dias de evolução. Previamente hipertenso, diabético tipo 2 e com doença arterial coronariana com angioplastia de CD em 2018. Realizado ECG (Figura 4). Submetido ao cateterismo cardíaco que demonstrou lesão suboclusiva em CD intra-stent (Figura 5) e lesões importantes em território de coronária esquerda (Figura 6). Submetido à revascularização cirúrgica do miocárdio com boa evolução. 

 

Discussão

 

Pode-se explicar a apresentação do padrão de Aslanger pela perspectiva da orientação do vetor ST. A isquemia subendocárdica causada pelas oclusões críticas concomitantes aponta para a derivação AVR, enquanto o vetor da isquemia transmural causada pelo IAM inferior, nesses casos, aponta para DIII e AVF³ (figura 7). A soma desses vetores forma um vetor resultante que se projeta horizontalmente e para a direita, resultando em SST em DIII, mas não em DII e AVF, acompanhado de infra desnível nas derivações laterais².

Conclusão

O reconhecimento deste padrão é comum em pacientes com IAM sem supra desnível de ST (6,3%) ² e deve ser valorizado, pois denota evento aterotrombótico agudo com pelo menos uma lesão crítica estável associada.

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