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Estratificação de isquemia na cardiotoxicidade aguda: Qual o valor?

Leonardo Pippa Gadioli, Henrique Turin Moreira, Leonardo Carvalho Palma, Matheus de Aquino Moreira Guimarães, Luis Gustavo Gali, Helio Umberto Angotti Carrara, Minna Moreira Dias Romano, Liane Rapatoni, Leandro Machado Colli, Andre Schmidt
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - Brasil

Introdução: A cardiotoxicidade aguda é uma complicação da terapia onco-hematológica resultando em interrupção precoce do tratamento, hospitalizações e morte. Disfunção ventricular relacionada ao câncer (DVRC) pode ser definida como a queda de 10% da fração de ejeção para um valor abaixo de 50%. Posicionamentos recentes sugerem estratificação de isquemia na presença de DVRC. No entanto, até o momento faltam evidências para confirmar essas orientações. Objetivo: Avaliar os desfechos cardiovasculares (síndrome coronariana aguda (SCA), síndrome coronariana crônica (SCC), hospitalização e morte cardiovascular) em portadores de DVRC submetidos ou não a estratificação de doença arterial coronariana (DAC). Métodos: Estudo transversal restrospectivo em portadores de DVRC por antraciclinas, anti-HER2, agente alquilante e inibidor de tirosina quinase no período de 2016 a 2021. Os participantes foram divididos em dois grupos: Grupo EDAC: estratificado para DAC Grupo nEDAC: não estratificado para DAC após julgamento clínico. Resultados: 33 portadores de DVRC foram avaliados e divididos em grupo EDAC (n=14; 54±9 anos) e grupo nEDAC (n=19; 47±17 anos; p=0,27). Observou-se maior incidência de DVRC sintomática no grupo EDAC (n=9; 64%) em comparação com o grupo nEDAC (n=5; 26%). As neoplasias hematológicas e de mama foram as principais doenças nos grupos EDAC e nEDAC (n=6; 42%, n=7; 37% e n=7; 50%, n= 11; 58%) e as principais drogas relacionadas à DVRC foram, respectivamente: antraciclinas (n=5; 36% e n=9; 75%) e antraciclinas associada à terapia antiHER2 (n=6, 43% e n=7, 37%). Adicionalmente, observou-se diferença significativa na probabilidade pré-teste de DAC pelo escore de Morise no grupo EDAC (10,5±2,2) em comparação com o grupo nEDAC (7,1±6;p=0,03). O grupo EDAC realizou estratificação de isquemia com angioCT de coronárias (n=7, 50%), cintilografia miocárdica (n=6, 43%) e ecoestresse (n=1, 7%). Em relação aos desfechos cardiovasculares, não foi observado nenhum evento em ambos os grupos. nos grupos EDAC e nEDAC respectivamente. Conclusão: O presente estudo mostra que a presença de  DVRC por antraciclinas, anti-HER2, agente alquilante e inibidor de tirosina quinase não foi associada a DAC sugerindo que a estratificação de isquemia possa ser realizada apenas em casos com alta suspeição e sem prejudicar o tratamento oncológico.

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