INTRODUÇÃO: A varfarina é um anticoagulante oral, suas indicações envolvem pacientes cardiopatas com: fibrilação atrial, próteses valvares, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, acidente vascular encefálico e embolia arterial. Com o objetivo de promover informações aos pacientes cardiopatas que utilizam varfarina, este trabalho quantificou as orientações farmacêuticas no processo de alta hospitalar a pacientes em uso deste medicamento. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional, realizado nas enfermarias de um Hospital Terciário Especializado em Cardiopneumologia em São Paulo, no período de janeiro a dezembro de 2021. Foram utilizados como instrumentos de orientação farmacêutica, para pacientes e acompanhantes, uma tabela, contendo aprazamento dos medicamentos prescritos em receita médica de alta hospitalar, e folder explicativo de varfarina. Nas orientações foram abordados tópicos relacionados ao uso seguro e racional do anticoagulante oral: importância do uso do medicamento, horário de administração, necessidade de alteração da dose conforme exame laboratorial TP/INR, vigilância de sinais de sangramento, interações com outros medicamentos e com alimentos. RESULTADOS: No processo de alta hospitalar foram orientados 1.544 pacientes pelo Farmacêutico Clínico e destes pacientes, 25% (386) receberam receita médica de alta com o anticoagulante varfarina. Os pacientes com varfarina eram 55,4% do sexo masculino e tinham idade média de 60 anos (23 a 88 anos). A maior incidência de orientações foram nas unidades clínicas: valvulopatias (31%), marca-passo (25%), coronariopatias crônicas (9%), miocardiopatias (9%) e insuficiência cardíaca (7%). Em relação às intervenções farmacêuticas de alta hospitalar, foram realizadas 30 intervenções relacionadas ao anticoagulante, sendo 50% de conciliação medicamentosa de alta hospitalar, 23,4% de orientação/encaminhamento do paciente, 20% de ajuste de dose e 6,6% de ajuste de via de administração. Dos pacientes (386) que participaram do processo de orientação na alta hospitalar pelo Farmacêutico Clínico, observou-se que ambulatorialmente 30 pacientes (8%) evoluíram para notificação de farmacovigilância por intoxicação cumarínica. CONCLUSÃO: Pacientes anticoagulados com varfarina necessitam de orientação do Farmacêutico Clínico para melhor adesão ao tratamento e redução de eventos adversos.