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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Intolerância ao Exercício e sua Correlação com Remodelamento Cardíaco na IC com FE Preservada e Reduzida

Andréa Coy-Canguçu, Luis Miguel da Silva, Layde Paim, Fernando Cardoso, Adriana Bau, Camila Martins, Lígia Antunes-Correa, Michael Jerosch-Herold, Otávio Rizzi Coelho-Filho
FCM PUCC - Campinas - SP - Brasil, FCM UNICAMP - Campinas - SP - Brasil, Harvard Medical School - Boston - MA - EUA

Introdução: Apesar da intolerância ao exercício (IE) estar presente na IC com FE tanto reduzida (ICFEr) como preservada (ICFEp), dados limitados comparam sua apresentação no teste de esforço cardiopulmonar (TECP) e sua correlação com o remodelamento miocárdico.

Objetivos: Caracterizar a IE por meio do TECP em pacientes com ICFEp, ICFEr e em controles, correlacionando-a ao remodelamento miocárdico analisado por ecocardiograma (ECO) e ressonância magnética cardíaca (RMC).

Métodos: Foram recrutados pacientes com IC sintomática (classe II-III da NYHA), classificados como ICFEp (FEVE>=45%) ou ICFEr (FEVE<45%), e controles saudáveis. Além do TECP, os participantes foram submetidos à avaliação de strain longitudinal global (GLS) e razão E/e’ por ECO, e de T1 nativo e fração de volume extracelular (ECV) por RMC.

Resultados: 84 pacientes com IC (42 ICFEp; 42 ICFEr) e 38 controles foram recrutados prospectivamente. Suas características clínico-demográficas estão demonstradas na Tabela 1. O consumo máximo de O2 ajustado (VO2max) e a inclinação da eficiência de captação de O2 (OUES) por TECP se mostraram importantemente reduzidos em pacientes com IC em comparação aos controles, porém não houve diferença significativa entre aqueles com ICFEp e ICFEr (VO2max: ICFEp 17.55mL/kg/min [IQR 13.40-22.92]; ICFEr 17.30 [14.13-20.70]; Controle 26.03 [19.90-36.75], p<.001) (OUES: ICFEp 1,448.44mL/min/log [1149.79-1953.39]; ICFEr 1,260.15 [995.74-1589.99]; Controle 1,834.86 [1277.66-2365.14], p<.001). Em conjunto, os grupos ICFEp e ICFEr apresentaram uma correlação negativa do VO2max com GLS, razão E/e’ e T1 nativo (Figura 1ABC, todas as correlações com R<-.20, p<.05). O mesmo padrão também se manteve na correlação do OUES com GLS, razão E/e’, T1 nativo e ECV (Figura 2ABCD, todas as correlações com R<-.25, p<.03). Interessantemente, avaliando-se os grupos de forma separada, a correlação do OUES com GLS persistiu apenas entre os pacientes com ICFEr (R=-.36, p=.02), enquanto somente aqueles com ICFEp mantiveram a correlação do OUES com razão E/e’ (R=-.39, p=.01) e ECV (R=-.40, p=.02).

Conclusões: Ambos os grupos de IC apresentaram alterações marcantes no TECP, refletindo uma redução não apenas significativa, mas também semelhante na capacidade funcional destes pacientes, evidenciada por valores de VO2max e OUES similares. As associações do TECP com marcadores de remodelamento miocárdico por ECO e RMC confirmam a estreita relação da IE com as alterações cardíacas funcionais na IC, e sugerem padrões que podem ser úteis à compreensão sobre como a IE difere na ICFEp e ICFEr.

 

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