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Displasia fibromuscular com aneurisma de artéria renal em paciente com hipertensão refratária e miocardiopatia hipertensiva: evolução de curto-prazo após cirurgia

Andre Moreira Nicolau, Maria Beatriz Nobrega Eberlin , Fernanda Marciano Consolim Colombo, Lissa Canedo Rocha, Marcelo De Sa Barreto Nogueira, Thiago Andrade Macedo, Heno Ferreira Lopes, Nelson de Luccia, Luiz Aparecido Bortolotto
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Pesquisa de hipertensão arterial (HA) secundária é indicada na HA resistente/refratária e nas lesões graves de órgãos-alvo. Destaca-se estenose de artéria renal (EAR), cuja displasia fibromuscular (DFM) é destaque em mulheres jovens. Relatamos caso de mulher jovem com HA refratária e miocardiopatia hipertensiva com EAR e aneurisma de artéria renal (AR) por DFM submetida a cirurgia.  

Caso: Mulher, 46 anos, HA desde os 25 anos, 8 meses após gestação. Evoluiu com refratariedade ao controle pressórico, angina atípica e insuficiência cardíaca classe funcional III por miocardiopatia hipertensiva com fração de ejeção reduzida. Em ambulatório especializado, uso de 7 classes de anti-hipertensivos, com pressão arterial (PA) não controlada. Rastreio para causas de HA secundária (hiperaldosteronismo, feocromocitoma, apneia do sono e EAR por Doppler) negativas. Devido à HA refratária e disfunção ventricular, indicado cinecoronariografia e arteriografia renal. Notado aneurisma de coronária descendente anterior sem estenose e múltiplas estenoses (até 60%) em AR direita com aneurisma sacular e múltiplas lesões (50%) em AR esquerda. Outros territórios não mostrou lesões. Submetida a ressecção de aneurisma de ARD e reconstrução com artéria hipogástrica ex-vivo e reimplante de rim direito em aorta. Alta no 10º pós operatório em uso de 3 classes de anti-hipertensivos.

Discussão: DFM é a segunda principal etiologia de EAR, causa de HA secundária, principalmente em mulheres jovens, raramente apresenta evolução para HA refratária com lesões graves de órgãos-alvo, como presente neste caso. O doppler de AR é indicado para rastreio inicial e o diagnóstico é confirmado pela arteriografia com imagem em “colar de pérolas” (múltiplas estenoses e aneurismas). Os territórios vasculares mais acometidos são vasos renais e cervicais, raramente envolvem coronária. O tratamento intervencionista(angioplastia ou cirurgia) é o de escolha. No caso em questão, optado por cirurgia por múltiplas lesões e dimensões do aneurisma. A resposta ao tratamento corretivo proporciona melhora do controle da PA na maioria dos pacientes.

Conclusão: A pesquisa de EAR deve ser feita em pacientes com HA refratária e grave repercussões, sobretudo em mulheres jovens onde a DFM, que pode acometer vários territórios vasculares, é mais frequente. A correção da EAR por cirurgia pode proporcionar melhor controle da PA com diminuição da quantidade e dose de medicações em curto-prazo, com possível benefício em lesões de órgão alvo pré-existentes.

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