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MANEJO DE INFECÇÃO ODONTOGÊNICA EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA E VALVOPLASTIA

Letícia Dantas Grossi , Raquel D’Aquino Garcia Caminha, Mattheus Augusto Sicotto Tobias, Cristiano Luiz Vacchi Brosco Vaz, Paulo Sérgio da Silva Santos
Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo - Bauru - SP - Brasil

Introdução:As diretrizes do American College of Cardiology/American Heart Association definem a insuficiência cardíaca (IC) como uma “síndrome clínica complexa que pode resultar de qualquer distúrbio cardíaco estrutural ou funcional que prejudique a capacidade do ventrículo de encher ou ejetar sangue”. Infecções de origem odontogênica, podem se disseminar por via hematogênica com as bactérias alojando-se no revestimento epitelial do coração ou nas valvas cardíacas, o que poderá resultar em endocardite infecciosa. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 48 anos, internado com queixa de dor torácica e dispneia, sendo encaminhado pelo cardiologista para equipe de Odontologia visto que o mesmo relatava dor no incisivo lateral superior esquerdo. A história médica incluía febre reumática na infância, IC descompensada, valvoplastia realizada há 4 anos, hipertensão arterial pulmonar e fibrilação atrial. No mês anterior a avaliação odontológica o paciente foi submetido a uma nova intervenção cirúrgica por degeneração da valvoplastia. As medicações de uso contínuo incluíam-se enoxaparina, marevan, enalapril, furosemida e amiodarona. Na avaliação odontológica observou-se fratura coronária no dente incisivo lateral superior esquerdo (D22) associado a dor (EVA=7) espontânea e durante a palpação em região de periápice. Os exames de imagem revelaram área radiolúcida na região periapical compatível com abscesso dentoalveolar. Associando as características clínicas e imaginológicas optou-se por exodontia do D22. O caso foi discutido com a equipe de cardiologia que optou por terapia de ponte e se discutiu quanto aos riscos de disseminação da infecção odontogênica e piora do quadro sistêmico do paciente. Os exames laboratoriais prévios (24h) a intervenção cirúrgica foram TP/INR 1,23, glicose 86, PCR 57.7, TGO 20, TGP 12. A cirurgia foi realizada em centro cirúrgico sob anestesia local, foi realizada a administração intravenosa de Cefazolin 1g, e, após exodontia e remoção do foco infeccioso foi realizada medida hemostática local para controle do sangramento com pasta de ácido tranexâmico, a lesão curetada foi encaminhada para exame histopatológico. Foi mantida antibioticoterapia com Amoxicilina 50mmg 8/8h, e o controle pós-operatório de 48h paciente relatou estar bem, afebril, sem queixa de dor ou sangramento. Conclusão: A atuação interprofissional entre odontologia e cardiologia foi fundamental afim de reduzir riscos e controlar infecções. A realização de abordagem adequada, com consequente melhora de saúde geral do paciente mostra a efetividade das condutas tomadas.

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