Introdução: Estima-se que cerca de 536 milhões de indivíduos com idade entre 20 a 79 anos têm diabetes melito (DM) em todo mundo. O custo com o tratamento da doença pode chegar a US$ 727 bilhões por ano. O Brasil ocupa o 6º lugar no ranking mundial de prevalência de DM. O DM pode evoluir com o desenvolvimento de muitas complicações, o que pode ser prevenido ou amenizado com tratamentos que promovam controle glicêmico adequado que inclui uso de medicamentos e/ou insulina e adaptações dietéticas. No entanto, a aderência às estratégicas terapêuticas, apesar de essencial, nem sempre ocorre. Por isso, é objetivo desse trabalho investigar a prevalência de adesão à orientação nutricional de pacientes diabéticos. Métodos: Estudo de corte transversal e descritivo com pacientes diabéticos internados em hospital de atendimento secundário da rede de saúde pública da cidade de São Paulo em que foram incluídos pacientes internados com diagnóstico laboratorial de DM, de ambos os sexos, adultos e idosos. O trabalho foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE 54375321.8.0000.0076. Resultados: Foram entrevistados 14 pacientes com diabetes internados no HU no período de janeiro a março de 2022 que apresentaram idade média de 63,6 (15,96), sendo 6 mulheres (42,8%) e 8 homens (57,2%), 9 (64,3%) pacientes apresentam tempo de diagnóstico maior que 10 anos. Dez pacientes (66,7%) já receberam orientação nutricional sobre diabetes, mas apenas 5 (33,3%) receberam orientação vinda de nutricionista. Dos pacientes, 6 (40%) consideraram sua alimentação saudável e 6 (42,9%) relataram adotar dieta (não exclusivamente) como uma das formas de controle glicêmico. Sobre as dificuldades apontadas para a adesão à dieta, não consumir açúcar (n=7; 50%) foi o mais prevalente, seguida pela quantidade de alimentos/refeições prescritas e a falta de recursos financeiros para adquirir os alimentos prescritos (n=3; 21,4%). Conclusões: Os dados mostram que a orientação nutricional realizada por nutricionistas só atinge 50% doas pacientes com diabetes e que a orientação recebida pelos pacientes pode não estar tão adequada a sua realidade financeira e não ser eficientemente esclarecedora quanto às adaptações exigidas para um bom controle glicêmico.