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Características e prognóstico dos pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida evoluindo com recuperação ou melhora da fração de ejeção

Carlos H Del Carlo, Pereira-Barretto, AC, de Oliveira Jr, MT, Mansur, AJ, de Abreu, AB, Ramos Neto, JA, Mansur, AP, Jallad, S, Cardoso, JN, Kalil Filho, R
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica com elevada morbi-mortalidade. O tratamento otimizado pode levar a melhora na remodelação ventricular na IC com fração de ejeção (FE) reduzida (ICFEr).

Objetivo: analisar as características e o prognóstico dos pacientes com ICFEr que evoluíram com recuperação da FE (ICFERecup) ou com qualquer grau de melhora na FE.

Métodos: Foi analisado o prontuário eletrônico de pacientes ambulatoriais atendidos em um hospital terciário de São Paulo com diagnóstico de insuficiência cardíaca (CID-10: I50) em 2017 e seguidos até 31/12/2020, sendo incluídos 3670 pacientes com ecocardiograma inicial (ECO1) apresentando FE≤40% (ICFEr). Os dados de um segundo ecocardiograma evolutivo (ECO2) foram analisados e os pacientes reclassificados em ICFEr, ICFERecup (FE >40%), ICFE melhorada (FE do ECO2>ECO1). Foram analisadas as características clínicas e o prognóstico dos pacientes com relação a recuperação da FE e aqueles com qualquer grau de melhora na FE. Métodos estatísticos: teste U de Mann-Whitney, teste do Qui-quadrado ou Teste Exato de Fischer, análise de regressão logística uni e multivariada e sobrevida pelo método de Kaplan-Meier (p=Log-Rank).

Resultados: Dos 3670 pac estudados, idade 60,8±13,4 anos, 65% sexo masculino, com relação a etiologia: cardiomiopatia idiopática (48,1%), isquêmicos (25,9%), hipertensiva (14,1%), Chagásica (7,6%), valvar (4,2%); a FE inicial média: 28,9±6,1%. Comparando-se a FE nos ECO1 e ECO2, 2366 pacientes (64,5%) apresentaram qualquer grau de melhora na FE, sendo que 1147 (31,3%) evoluíram com recuperação total ou parcial da FE (ICFERecup). Os pacientes com ICFERecup apresentavam a mediana da FE inicial de 31% e a final de 48% (aumento de 54,8%). Os pacientes que permaneceram em ICFEr, a mediana da FE inicial e final foi de 29%. O sexo feminino, as etiologias hipertensiva e valvar foram associadas com a recuperação da FE, ao passo que o sexo masculino, etiologias isquêmica e chagásica, presença de comorbidades (infarto prévio, insuficiência renal crônica e acidente vascular cerebral) foram associados com a não recuperação da FE. Os pacientes com ICFERecup apresentaram menor mortalidade (16,3% vs 30,8%, p<0,001), a redução da mortalidade também foi observada nos pacientes com melhora na FEVE (22,4% vs 33,3%, p<0,001).

Conclusão: a recuperação da FE na ICFEr foi observada em 31,3% dos pacientes e foi acompanhada de melhora no prognóstico. A melhora no prognóstico também foi observada nos pacientes com qualquer grau de melhora na FE.

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16 à 18 de junho de 2022