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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efetividade Prática da Monitorização Domiciliar da Pressão Arterial para o Controle da Hipertensão Arterial Sistêmica

Rocha A, Meneghini L, Baccarin V, Barbosa JM, Anequini N, Gomes HJ
Faculdade de Medicina de Jundiaí - Jundiaí - São Paulo - Brasil

Introdução: As diretrizes brasileiras de hipertensão arterial sistêmica (HAS) denominam de automedida da pressão arterial (AMPA) as aferições de pressão arterial (PA) realizadas pelos pacientes com equipamento próprio e sem obediência a protocolos rígidos. É incerto se a monitorização domiciliar da PA nessas condições é efetiva para o controle da HAS.

Objetivos: Verificar a associação entre a AMPA e melhores níveis pressóricos. Secundariamente, analisar alguns dos fatores que podem comprometer a efetividade dessa prática

Metodologia: estudo transversal realizado em hipertensos consecutivamente atendidos entre os meses de agosto a dezembro de 2021 em um serviço de cardiologia geral do Sistema Único de Saúde. Os participantes foram questionados sobre a posse de aparelho automatizado de PA e aspectos relacionados ao seu uso. A PA de consultório foi aferida pela equipe de pesquisa por equipamento automatizado padronizado (marca OMROM, modelo HEM-7122), segundo regras estabelecidas nas diretrizes.

Resultados: Do total de elegíveis, 69 consentiram em participar do estudo. A idade média da amostra foi de 67±12 anos, 74% recebiam até 2 salários-mínimos e 58% não haviam completado o ensino fundamental. A quantidade média de anti-hipertensivos por participante foi de 2,5±1,6 e o número de comorbidades de 2,3±1,2. Nessa amostra, 61% possuíam aparelho domiciliar de PA (AMPA+), mas apresentavam PA sistólica maior do que o grupo de participantes que não realizavam AMPA (AMPA-) (145±25 vs 133±14 mmHg; p = 0,02). A diferença de PA diastólica não foi significativa entre os grupos (87±13 vs 84±16 mmHg, respectivamente; p = 0,51). As características sociodemográficas e clínicas foram bem semelhantes entre os 2 grupos, exceto por tendência à prevalência mais elevada de depressão/ansiedade no grupo AMPA+ (43 vs 22%; p = 0,08). No grupo AMPA+, 38% realizavam aferições com frequência ≥ 1x ao dia. Dentre as motivações para a AMPA, 82% consentiram que o faziam para avaliação de sintomas supostamente atribuídos à HAS e/ou ao seu tratamento, e 32% para decisão sobre o uso da medicação naquele dia ou momento. Relato verbal (32%) era a forma preferencial de compartilhamento das medidas com os médicos assistentes e 41% não as compartilhavam.

 

Conclusão: A AMPA é frequentemente empregada pelos pacientes em nosso meio, mas esteve associada, paradoxalmente, a pior controle da HAS. Esse achado preocupante pode ser explicado por equívocos no processo de decisão terapêutica relacionados a excesso de dados. 

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