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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

CIV SUBAÓRTICA COMO COMPLICAÇÃO DE ENDOCARDITE DE VALVA NATIVA

Antonio, E.A, Antonio, El.A, Mendes, F., Borrelli Filho, J.E, Odone, L.F.G
HOSPITAL DOS FORNECEDORES DE CANA - PIRACICABA - SÃO PAULO - BRASIL

A despeito do avanço tecnológico e terapêutico da última década, a endocardite infecciosa  (EI) permanece uma patologia com alta morbimortalidade. Em contrapartida, nota-se mudança em seu perfil epidemiológico, com ascensão nos casos relacionados a presença de dispositivos invasivos e degeneração valvar, sendo o estafilococus o principal agente infeccioso. Relatamos um caso de sucesso no tratamento de uma grave EI de valva aórtica que resultou, além de múltiplos sítios de embolização e choque cardiogênico decorrentes de insuficiência aórtica (IAO) aguda e grave, em perfuração de folheto coronariano, abscesso valvar extenso e consequente comunicação interventricular (CIV) subaórtica

Relato de caso: COP, 73 anos, masculino, portador de linfoma linfocítico indolente e insuficiência renal crônica não dialítica. Admitido com queixa de queda do estado geral, febre, dor abdominal e tontura. Submetido a rastreio infeccioso e inicialmente diagnosticado com infecção de trato urinário, sem melhora a despeito de antibioticoterapia empírica. Após piora neurológica, associado a choque séptico de foco abdominal, visualizado em exame tomográfico múltiplos sítios de embolização e disseminação hematogênica, sendo eles pielonefrite, abscesso esplênico, isquemia cerebelar e lesões cutâneas caracterizadas como lesões de Janeway. Identificado em hemoculturas pareadas infecção por S. Aureus. Submetido a ecocardiograma transesofágico o qual confirmou vegetação filamentar em valva nativa de 10 mm associado a disfunção valvar - insuficiência moderada da aórtica. No 45 dia de tratamento, apresentou rápida deteriorização clínica para choque cardiogênico e síndrome cardiorrenal, secundário a IAO aguda e grave, sendo optado por tratamento cirúrgico de urgência. Submetido a troca valvar aórtica por prótese biológica, com visualização no intraoperatório de perfuração de seio coronariano direito, abscesso valvar extenso e com contiguidade para septo, resultando em CIV a aproximadamente 1cm abaixo da valva aórtica, a qual foi corrigida em mesmo tempo cirúrgico. Mantido em suporte intensivo e antibioticoterapia prolongada, com resolução de quadro infeccioso, compensação cardíaca e recuperação de função renal

Conclusão: Relatamos o caso de tratamento clinico e cirúrgico de sucesso em uma grave EI de valva nativa aórtica, com positividade em todos os critérios diagnósticos, múltiplas embolizações e rápida evolução para insuficiência valvar, associado a abscesso e consequente CIV subaórtica, uma incomum porém grave e potencialmente fatal complicação local

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