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Projeto Telecardio – Perfil clínico dos pacientes e o impacto da telemedicina na suspeita de IAM

Nathália Cristina Alves Pereira, Paola de Cassia Begliomini, Flávia Lie Maeshiro, Joselito Adriano da Silva, Agnaldo Piscopo, Polliana de Souza Roriz, Carlos Augusto Mauro
Allm - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução: Caracterizado como uma doença cardiovascular de elevada taxa de morbimortalidade no Brasil e no mundo representado por 33%, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) atinge uma mortalidade de 40 a 65% dos casos na primeira hora e de 80% nas primeiras 24 horas. Atrelado a isso, a pandemia COVID repercutiu sobre essas taxas com um aumento em aproximadamente 50% da mortalidade no Brasil por doenças cardíacas. Assim, em 2020 foi implantado o Projeto Telecardio que teve como objetivo a realização do suporte avançado para adequada estratégia terapêutica, possibilitando o auxílio diagnóstico seguro e de altíssima precisão 24 horas por dia, através de um aplicativo mobile que permitiu a integração e a rápida comunicação a distância entre os hospitais e os cardiologistas responsáveis pelo suporte na suspeita de IAM. Logo, o objetivo deste trabalho é descrever o perfil dos pacientes inseridos no aplicativo e os impactos obtidos. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo do perfil clínico dos pacientes que foram discutidos pelo aplicativo em 23 serviços públicos de saúde localizados em São Paulo, Osasco (SP), Rio de Janeiro, Niterói (RJ) e Santa Luzia (MG) no período de junho de 2020 a dezembro de 2021. Resultados: No total 2705 pacientes, sendo 52,5% do sexo masculino e 47,5% do sexo feminino, com faixa etária prevalente entre 56 e 60 anos foram contemplados com o auxílio diagnóstico e tomada de decisão. A maioria procurou pelo serviço devido dor torácica (77,3%) e já apresentava alguma comorbidade de base sendo a hipertensão com 62,1%, diabetes com 24,5% e o tabagismo com 14,6% as maiores taxas de prevalência. Em 8,9% (n=241) dos casos foi confirmado o diagnóstico de IAM com supra de ST e em 71% dos casos, realizou-se a orientação para trombólise química como principal estratégia terapêutica. Com relação ao tempo porta- ECG dos pacientes (n=2705) verificou-se uma mediana de 22,2 minutos e o tempo porta-orientação para trombólise (n= 173) de 85 minutos. Conclusões: O Projeto Telecardio auxiliou muitas equipes e salvou muitas vidas. Ficou evidente a relevância, os desafios e valor deste projeto para as redes de atendimento uma vez que garantiu o acesso ao diagnóstico e ao tratamento das doenças cardiovasculares, em especial o IAM com supra de ST de forma precisa. Possibilitou ao profissional que atendia este paciente uma atuação mais segura e direcionada, afinal estamos falando de uma doença onde “tempo é músculo” e quanto mais rápido e melhor atendermos este paciente menores serão as chances de complicações e mortalidade.

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