Introdução: Mesmo com a evolução técnica e instrumental da cardiologia intervencionista a ocorrência de eventos hemorrágicos persiste como um importante fator associado a desfechos desfavoráveis pós-intervenção.
Objetivo: Avaliar características clínicas e angiográficas e sua associação com a ocorrência de sangramento e mortalidade pós intervenção coronária percutânea (ICP).
Método: Estudo prospectivo que incluiu 3082 procedimentos que ocorreram entre janeiro de 2015 a dezembro de 2020 (79,5% homens, idade 65,9 ± 12,7 anos). Variáveis clínicas e angiográficas foram extraídas através do National Cardiovascular Data Registry (NCDR® CathPCI). Os critérios de sangramento adotados foram classificados conforme o próprio Registro NCDR® CathPCI e critérios BARC 3 e 5. Modelos de regressão logística multivariados foram utilizados para testar a hipótese.
Resultados: 51,9% das ICP foram por síndrome coronariana aguda. Acesso radial foi utilizado em 53,5% dos casos. A prevalência de eventos hemorrágicos foi de 4,5%. A taxa de mortalidade foi de 2,3%, sendo 68,6% por causas cardíacas e 14,3% eventos BARC 5 (hemorragia fatal).
Conclusão: Em nosso registro NCDR® CathPCI o acesso femoral aumentou significativamente o risco de sangramento e mortalidade. Postergar ou não administrar inibidor de P2Y12 também foi preditor de mortalidade. Entre as características clínicas já conhecidas como preditores de sangramento (baixo peso) e mortalidade (idade, função renal), a presença de doença pulmonar também foi associada ao aumento do risco de sangramento e óbito após a ICP.