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Troca valvar aórtica por cateter em paciente portadora de insuficiência aórtica pura.

Menconça, J.P, Las Casas, R, Vieira, F.R., Jatene, T, Vaz, V.D, Las Casas, F, Coelho, M.R, Gomes, G.V.
Hospital do Coração Anis Rassi - Goiânia - Goiás - Brasil

INTRODUÇÃO: A TAVI na estenose aórtica já tem seu papel consolidado no tratamento. Todas as diretrizes atuais são categóricas na indicação preferencial da TAVI em detrimento da cirurgia. Na insuficiência aórtica (IAo) pura o tratamento percutâneo apresenta um desafio terapêutico. Existem relatos nesses casos, porém ausência de calcificação da válvula aórtica e a consequente dificuldade em ancorar a válvula podem representar um risco para tratamento percutâneo.

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente sexo feminino, 79 anos, frágil, hipertensa, com quadro de dispneia CF III em uso de tratamento farmacológico otimizado. Ao exame físico taquidispneica, com estertores creptantes bibasais e sopro holodiastólico aspirativo em foco aórtico 3+/6+. ECG sem alterações. ECOTT valva aórtica trivalvular, refluxo importante ao doppler, Vena contracta 0,7 e jato ocupando 100% da VSVE, velocidade final na aorta descendente 2,1m/s, Gradiente sistólico máximo 21mmHg e velocidade de pico 2,2 m/s secundários ao hiperfluxo, PSAP 62mmHg.

Cineangiocoronariografia sem obstruções coronárias significativas. Euroscore II 8,39%, Angiotomografia evidenciava perímetro do anel aórtico de 76,3 mm e diâmetro médio de 24,3 mm, seio de Valsalva médio de 34 mm, altura do tronco de coronária esquerda de 12,8 mm e artéria coronária direita de 11,5 mm com escore de cálcio valvar aórtico zero. Discutido com heart team e indicada TAVI.

O procedimento foi excepcionalmente realizado sob anestesia geral e guiado por ecocardiograma transesofágico (ECOTE). Posicionamos marca-passo transvenoso para garantir a estimulação durante toda a implantação. Foi escolhido a prótese EVOLUT Pro (Medtronic) #29 para atingir 19% de oversize. Levando em conta as dificuldades já antecipadas, a implantação foi feita toda sob estimulação com marcapasso, inicialmente com FC 140-160bpm a fim de atingir menos de 50 mmhg de pressão arterial média. Após verificação cuidadosa com angiografia e ECO, fizemos uma liberação completa com 180bpm e depois mantivemos o ritmo de 120bpm por 10 minutos. A duração do procedimento foi de 69 minutos, com 60ml de contraste e sem maiores complicações. Aortografia de controle revelou prótese competente e ao ECOTE ausência de refluxo paraprotético, gradiente pico de 8 mmHg e médio de 4 mmHg. Alta hospitalar em 48 hs.  Seguimento de 30 dias o paciente apresentou melhora clínica acentuada, sem maiores complicações.

CONCLUSÃO: TAVI com prótese auto-expansivel pode ser uma alternativa terapêutica em pacientes com insuficiência aórtica pura e alto risco cirúrgico ou perfil frágil.

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