Introdução: O comportamento sedentário é considerado um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e mortalidade precoce. A Reabilitação Cardiovascular (RCV) tem por objetivo, além da melhora clínica, promover um estilo de vida saudável. Sabe-se que os melhores resultados dos programas de reabilitação são obtidos através da continuidade dos treinos. Em muitos casos, após o programa supervisionado (PS) os pacientes não se sentem aptos a prosseguir seu treinamento, resultando no abandono de um estilo de vida ativo. Objetivo: Analisar a aderência à prática do exercício físico regular após período de tele reabilitação (TR). Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo onde foram incluídos 67 indivíduos que realizaram o PS no período de setembro de 2020 a fevereiro de 2022, com diagnóstico de doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca (IC), trocas valvares (TV) e COVID-19. Os participantes realizaram um programa de TR após o término do PS. O programa de TR foi composto de até 10 sessões de 60 minutos, uma vez por semana, supervisionado à distância por um profissional de educação física. Este programa visa ensiná-los a utilizar materiais que possuam em sua própria residência, para a prática de exercícios físicos, incentivando-os a dar continuidade nas atividades após o término do PS. Para analisar a aderência ao exercício e o tempo sedentário de cada paciente foi aplicado o questionário IPAQ – versão curta, no início e ao final do programa TR. A caracterização da amostra foi apresentada em porcentagem, média e desvio padrão. A comparação entre as variáveis categóricas foi feita através do teste X². Resultados: A amostra foi composta de 67 indivíduos, dos quais 64% eram homens. A média de idade foi de 60,54 ± 9,81. Sessenta e um por cento tinham diagnóstico de DAC, 13% IC, 10% TV e 31% COVID-19. Na categoria exercícios leves não houve diferença significante com relação ao tempo de treino (p= 0,054), no entanto, houve diferença significante em relação a frequência semanal (p= 0,007). Na categoria exercícios moderados houve aumento no tempo de treino (p= 0,041) e não na frequência semanal de treinos (p= 0,055). Não houve diferença significante na categoria exercícios vigorosos com relação ao tempo de treino (p= 0,473) e nem na frequência semanal (p=0,390). No geral, o tempo sedentário foi menor após o programa de tele reabilitação (p < 0,001). Conclusão: Baseado nas variáveis de tempo de treino, frequência semanal e tempo sedentário a aderência dos indivíduos melhorou após o programa TR.