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Complicação mecânica após infarto por ponte miocárdica - relato de caso

Ana Paula Otaviano, Breno Tadao de Paiva Eto, Alessandra J Oliveira Valentin, Luiz Otavio Baldin Caltran, Geraldo Luiz de Figueiredo, João Reynaldo Abbud Chierice, Oswaldo C Almeida Filho, Francisco Fernandes Moreira Neto, Pedro Vellosa Schwartzmann
Hospital Unimed Ribeirão Preto - HURP - Ribeirão Preto - SP - Brasil

Fundamentos: As complicações mecânicas do infarto são cada vez mais raras nos últimos anos graças à intervenção precoce e é ainda mais rara em casos de ponte miocárdica. Caso: Mulher, 69 anos, com antecedente de HAS e dislipidemia foi admitida com  dor retroesternal em aperto, de forte intensidade, iniciada após estresse intenso, sem sintomas associados e sem irradiação, com duração de 30 min e melhora espontânea. Procurou atendimento com ECG da admissão com supra desnível do ST em parede anterior, com melhora nos eletrocardiogramas seriados (figura). Feito inicialmente ácido acetilsalicílico 300mg e clopidogrel 300mg, sem recorrência de dor. Admitida em hospital terciário sem queixas, com eletrocardiograma sem supradesnível do ST, com troponina de 36.680 pg/mL e programação de estratificação invasiva. Aproximadamente 20 horas após a dor, evoluiu com quadro de hipotensão e ausculta de sopro sistólico contínuo ++/+4 em bordo esternal esquerdo, com ecocardiograma demonstrando discinesia apical/aneurisma e presença de CIV com 6mm de diâmetro e fluxo de VE para o VD com gradiente de 65 mmHg e PSAP de 60 mmHg (figura) Foi submetida a cateterismo demonstrando trajeto intramiocárdico da arteria descendente anterior com compressão sistólica acentuada e associada a lesão obstrutiva moderada a acentuada, com ventriculografia com VE com acinesia de parede apical com presença de comunicação interventricular e elevação acentuada das pressões de enchimento do VE. Diante da complicação mecânica do infarto, indicado realização de cirurgia cardíaca. Como paciente estável hemodinamicamente, tendo feito uso de clopidogrel, optado por passagem de balão intra-aórtico (BIA) e posterior realização de cirurgia. Manteve-se estável, em uso de BIA, vasodilatador e diurético endovenoso, eupneica, em ventilação espontânea, sem recorrência de dor, com monitorização de cateter de artéria pulmonar e no quinto dia foi submetida a cirurgia de revascularização miocárdica (artéria mamária interna esquerda para descendente anterior),  fehamento de CIV com pericárdio bovino e aneurismectomia e recebe alta após 17 dias de internação, com boa evolução clínica.Conclusão: Embora a mortalidade hospitalar dos pacientes com complicações mecânicas do infarto ainda seja alta, mesmo nos submetidos a tratamento cirúrgico, apresentamos um caso com boa evolução e desfecho favorável após intervenção e com apresentação não habitual, com complicação com  menos de 24 horas do evento, com ECG sem persistência dos supra  e com ponte miocárdica associada a lesão obstrutiva como causa do evento.

 

 

 

 

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