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Avaliação prognóstica de pacientes com síndrome cardiorrenal em diálise submetidos a transplante cardíaco

Carmo, GAL, Almeida, BCS, Ruiz, GZL, Braulio, R, Carioca, AC, Castilho, FM, Gelape, CL, Pereira, BR, Gomes, LM, Leite, ACS
Universidade Federal de minas Gerais - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Introdução: A realização de transplante cardíaco em pacientes portadores de síndrome cardiorrenal em hemodiálise é controversa e existem poucos relatos na literatura. Em países desenvolvidos habitualmente esses pacientes são habitualmente submetidos a implante de dispositivos de assistência ventricular. Entretanto, no Brasil, tais dispositivos são raramente disponíveis.

 

Objetivo: Avaliar o prognóstico dos pacientes com síndrome cardiorrenal em diálise submetidos a transplante cardíaco e identificar os fatores relacionados ao óbito.

 

Metodologia: Coorte prospectiva de pacientes submetidos a transplante cardíaco em uma instituição de ensino no Brasil.

 

Resultados: Entre abril de 2014 e Novembro de 2021, 211 pacientes foram submetidos a transplante cardíaco, 33 (15,7%) em terapia de substituição renal (TSR). As características populacionais foram balanceadas, com exceção da classificação INTERMACS, uso de balão intra-aórtico (BIA) e nitroprussiato previamente ao transplante, hematócrito e leucócitos totais. O óbito ocorreu em 32 (15,2%) pacientes, sendo 10 (30,3%) pacientes em TSR e 22 (12,4%) sem TSR, OR 3,08 (IC=1,3-7,33), p=0,008. As variáveis que se correlacionaram ao óbito na análise multivariada foram TSR, OR 3,08 (IC=1,30-7,33), p=0,008, classificação INTERMACS 1 ou 2, OR 5,20 (IC=2,26-11,94), p<0,001 e uso de BIA, OR 7,25 (IC=2,93-17,96), p<0,001. Na análise multivariada somente a classificação INTERMACS 1 ou 2 permaneceu no modelo final de predição, OR 3,87 (IC=1,47-10,26), p=0,006. O teste de Hosmer-Lemeshow teve valor de p=0,385. Dentre os pacientes INTERMACS 1 ou 2, a presença de TSR conferiu taxa de mortalidade de 30,3% vs 26,5%, OR 1,204 (IC=0,454-3,197), p=0,79. Todos os pacientes que sobreviveram recuperaram a função renal durante a internação.

Conclusão: A presença de TSR não deve ser considerada isoladamente na decisão de contraindicar o transplante cardíaco. No Brasil essa informação é relevante, dado à indisponibilidade de dispositivos de assistência ventricular na maioria dos serviços públicos e privados e à alta prevalência da forma cardíaca Doença de Chagas em faz terminal em pacientes jovens que, na ausência do transplante, não teriam outra proposta de tratamento. A classificação INTERMACS nessa coorte foi a variável que mais se correlacionou com o óbito após o procedimento.

Palavras chave: transplante cardíaco; síndrome cardiorrenal; terapia de substituição renal

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