As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no Brasil. Cerca de 80% dos casos poderiam ser evitados se houvesse mudanças no estilo de vida e alimentação. Uma alimentação rica em colesterol, ácidos graxos saturados, gorduras trans, sódio e uma dieta pobre em fibras está associada ao aparecimento de hipertensão arterial, dislipidemias e aumento da incidência de infarto agudo do miocárdio (IAM). OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional em pacientes após IAM que participam de um programa de RC. MÉTODOS: Estudo transversal e descritivo, com amostragem não estatística, previsto segundo a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde submetido e aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (3.902.172). Foram avaliados 10 pacientes do sexo masculino pós IAM. O consumo alimentar dos pacientes foi avaliado a partir do recordatório alimentar de 24h com um intervalo de 3 meses entre as avaliações. Para a análise quantitativa foi utilizado o software NutWin®, versão 1.6. Para fins de análise considerou-se ácidos graxos (AGS), fibras, sódio, colesterol total (CT), gorduras poli-insaturadas (GPI), saturadas, trans e monoinsaturada, utilizando-se os parâmetros da SBC. Para testar a normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov, para comparar as médias, foi usado o teste-T de amostra em pares. Para as análises descritivas, foi empregado média e desvio padrão. RESULTADOS: a média de idade foi de 61,2 ± 7,1peso 87,2 Kg ± 6,8, IMC de 29,9 ±1,96, a altura média foi 170,8 cm ± 6,84.Não houveram diferenças significativas em relação aos AGS Pré 52,24 g ± 25,75 e Pós 52,38 g ± 21,00 (t(9)= -0,012, P = 0,99), fibras Pré 13,44 g ± 10,48 e Pós 12,61 g ± 6,96 (t(9)= -1,55, P = 0,15), sódio Pré 1580,41 mg ± 974,94 e Pós 1770 mg ± 741,14 (t(9)= -0,52, P = 0,61), CT Pré 255,65 mg ± 130,97 e Pós 263,76 mg ± 113,08 (t(9)= -0,165 , P = 0,87), GPI Pré 6,93 g ± 4,23 e Pós 7,68 g ± 4,09 (t(9)= -0,382, P = 0,71), saturadas Pré 16,93 g ± 9,61 e Pós 17,08 g ± 7,84 (t(9)= -0,032, P = 0,97), monoinsaturada Pré 17,52 g ± 11,12 e Pós 16,57 g ± 7,80 (t(9)= 0,187, P = 0,85), foi observado um aumento no consumo de gorduras trans na reavaliação, obtendo diferença significativa Pré 0,390 g ± 0,324 e Pós 0,901 ± 0,650 (t(9)= -3,262, P = < 0,01). CONCLUSÃO: Estes achados reforçam a necessidade da intervenção nutricional diariamente, individual ou em grupo, pelo qual os pacientes possam receber planos alimentares próprios às suas necessidades, e assistência na mudança de hábitos inadequados.