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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Endocardite Bacteriana em Válvula Tricúspide complicada com Embolização Pulmonar secundária a Autohemoterapia em Paciente com Dengue

AROUCA, L. O., GOSMANO, N. P., MOURA, S. C., COSTA, T. A. O., SYLOS, C., WILI, L. F., SILVA, B. S. L., ANTUNES, M. O.
Hospital Universitário São Francisco (HUSF) - Bragança Paulista - SP - Brasil

Introdução: A endocardite infecciosa é caracterizada pela colonização bacteriana da superfície endocárdica, com elevada morbimortalidade. Dentre as etiologias mais comuns, temos o uso de drogas injetáveis, prótese valvar, infecção de cavidade oral e imunossupressão. O objetivo deste relato é evidenciar a possível associação entre endocardite e autohemoterapia - técnica que consiste na coleta de sangue venoso e reinfusão no próprio paciente, via intramuscular, com suposta finalidade de estimular atividade do sistema imune. A autohemoterapia não tem embasamento científico e é proibida pelo Conselho Federal de Medicina. Descrição do caso: Paciente feminina, 20 anos, sem comorbidades prévias, iniciou quadro de mialgia importante e cefaleia. Após procurar serviço médico, dentre outras possibilidades, foi levantado a hipótese de Dengue, sendo colhido sorologia, a qual resultou positiva. Foi orientado medicações sintomáticas e vigilância clínica. Porém, para alívio dos sintomas, a paciente realizou, sem indicação médica, auto-hemoterapia em uma farmácia. Após alguns dias, evoluiu com febre >38ºC e queda do estado geral, buscando atendimento hospitalar. Na admissão, além do quadro descrito, ao exame físico, foi evidenciado lesões de Janeway e petéquias subconjutivais. Considerando história clínica e exame físico, foi levantando hipótese de endocardite infecciosa. Foram solicitados: hemoculturas, as quais positivaram para Staphylococcus aureus; e ecocardiograma (ECO), que demonstrou vegetações em válvulas tricúspide e mitral, confirmando diagnóstico. A Tomografia Computadorizada de tórax, que evidenciou vários êmbolos sépticos pulmonares. Sendo assim, iniciou-se antibioticoterapia endovenosa. No entanto, em ECO de controle, constatou-se sinais de perfuração de cúspide anterior da valva mitral e insuficiência tricúspide importante. Paciente foi então submetida a intervenção cirúrgica, com troca valvar mitral e tricúspide, com prótese biológica. Completou esquema antibiótico após cirurgia, evoluindo com melhora clínica. Conclusão: A prática da auto-hemoterapia tem ganhado atenção recente, porém se trata de procedimento terapêutico sem benefícios cientificamente comprovados ou segurança clínica respaldada por estudos. Sua utilização pode trazer risco à saúde de pacientes e levar a complicações graves, como a endocardite bacteriana.

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