SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Manejo perioperatório de Cardiopatia carcinóide: Relato de caso

Rômulo Fonseca de Moraes, Isabela Bispo Santos da Silva Costa, Carlos Manuel de Almeida Brandão, Mariane Higa Shinzato, Jissela Gualan Bagua, Sthéphani de Moraes Parreira, Juan Thomaz Gabriel de Souza Ramos, Thalita Barbosa Gonzalez, Roberto Kalil Filho, Ludhmila Abrahão Hajjar
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Doença cardíaca carcinóide (DCC) é uma consequência rara e grave do tumor neuroendócrino cuja fisiopatologia está relacionada a substâncias vasoativas secretadas pelo tumor que afetam principalmente as câmaras direitas, com regurgitação tricúspide e pulmonar e com menor frequência a estenose dessas valvas. A discussão do manejo perioperatório é essencial para melhor prognóstico.

Relato de Caso: Homem 21 anos, hígido, apresentava Estenose importante de válvula pulmonar com Insuficiência Cardíaca (IC) sendo submetido à troca cirúrgica por prótese biológica em 2017. Após 6 meses, teve nova descompensação clínica com rastreio etiológico e diagnosticado Tumor neuroendócrino de jejuno com metástases hepáticas. Em Abril/2021, internou novamente por IC perfil B com Ecocardiograma Transtorácico (ECOTT) evidenciando folhetos em valva tricúspide espessados, imóveis, retraídos e sem coaptação (fig.1). O strain global de ventrículo direito (VD) e parede livre foram: -12.4% e -13.6% (fig.2). O RM Cardíaca identificou realce tardio do gadolínio na parede do átrio direito e circunferencial e difusa no VD, compatível com Fibrose endocárdica. Evolui com melhora e reinterna em Setembro/2021 para troca valvar tricúspide. Em âmbito perioperatório, estabeleceu se protocolo para minimizar morbidade cirúrgica e prevenção de crises carcinóides com Octreotide intravenoso contínuo em uma dose de 100µg/h iniciado 12 horas antes, durante a cirurgia e até 72 horas pós operatória. Vasopressina e Epinefrina foram utilizadas na cirurgia e durante 48 horas após para controlar a Síndrome vasoplégica, aumentar a frequência cardíaca e o inotropismo. Em intraoperatório, a utilização de Óxido Nítrico, minimizou resistência vascular pulmonar e consequentemente pós carga de VD. Durante cirurgia, observou se endocárdio espesso e fibroso com ressecção de músculo papilar enviado para patologia (fig.4). Realizado substituição de valva tricúspide com prótese biológica n°25, sem intercorrências (fig.3). Após a cirurgia, apresentou Choque vasoplégico e Lesão renal aguda, com resolução do quadro. Em Alta Hospitalar, assintomático do ponto de vista cardiovascular com função biventricular preservada e próteses valvulares sem alterações estruturais.

Conclusão: Este caso ilustra um manejo perioperatório bem sucedido da DCC, com diagnóstico precoce do envolvimento cardíaco e indicação oportuna da substituição da válvula cardíaca, essenciais para melhora do prognóstico dos pacientes com envolvimento cardiaco por tumores neuroendocrinos.

fig.1 fig.2 fig.3 fig.4

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

42º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

16 à 18 de junho de 2022