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TAVI com a Técnica BASILICA para Deterioração de Bioprótese em Paciente com Risco Elevado de Oclusão Coronariana

Flávio Rosa Vieira, Jordana Pires Mendonça, Tannas Jatene, Fabrício Ribeiro Las Casas, João Batista Masson Silva, Brunna Lopes de Oliveira Lopes, Rogério Lobo de Andrade Las Casas, Vinicius Daher Vaz
Hospital do Coração Anis Rassi - Goiânia - Goiás - Brasil

A deterioração de bioprótese é uma complicação tardia comum em pacientes submetidos à troca valvar aórtica cirúrgica. O Implante Percutâneo Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI) valve-in-valve (ViV) é uma opção para tratar este problema de acordo com as diretrizes mais recentes. Embora rara, a oclusão coronária é uma complicação potencialmente fatal após a TAVI. Apresentamos um caso em que utilizamos uma técnica denominada BASILICA (laceração intencional de válvula nativa ou bioprótese para prevenir a obstrução iatrogênica da artéria coronária) para prevenir este evento adverso.

Paciente do sexo masculino, 75 anos, hipertenso, ex-tabagista, com dispneia NYHA III. O exame físico revelou sopro sistodiastólico (3/6+) no foco aórtico. Antecedentes patológicos de cirurgia de revascularização em 2007, troca valvar aórtica por bioprótese em 2009, intervenção coronária percutânea com stent no primeiro ramo diagonal em 2012 e 2021 (reestenose intrastent). O ECG mostrou ritmo sinusal, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, bloqueio de ramo direito e bloqueio divisional anterossuperior esquerdo. O ecocardiograma transtorácico identificou insuficiência e estenose importantes na bioprótese aórtica (gradiente médio de 41 mmHg e velocidade máxima de 4,5 m/s). Embora o STS Score tenha sido de 6,14% ad euroSCORE II 3,45%, o paciente se recusou a realizar sua terceira cirurgia cardíaca. A angioTC apresentou alto risco de oclusão coronariana (diâmetro médio do seio de Valsalva 24 mm, altura coronariana esquerda 5,5 mm e VTC 3,5 mm). O Heart Team optou pela TAVI com a técnica descrita da BASILICA. O ecocardiograma transesofágico (ETE) intraoperatório mostrou gradiente médio de 37 mmHg e regurgitação aórtica importante devido à rotura no folheto do seio coronário direito.  Usamos um fio guia 0.014 conectado a um eletrocautério para perfurar e rasgar o folheto esquerdo da bioprótese. Mais tarde, após a pré dilatação, finalmente implantamos uma biopróteseSapien 3 (Edwards Lifescience) #20 seguida de pós-dilatação em maior pressão com um balão #22 não complacente. Ao final do procedimento, o ETE mostrou gradiente médio de 12 mmHg e nenhum vazamento paravalvular oucentral. Apesar do risco, não ocorreu a oclusão do óstio da coronária esquerda. O paciente permaneceu por 2 dias na UTI devido ao aumento do intervalo de RP, o qual foi mantido conforme evidenciado no holter 24 horas, e teve alta hospitalar 3 dias após o procedimento.

Concluiu-se que a técnica BASILICA é uma alternativa factível aos pacientes candidatos à TAVI ViV com alto risco de oclusão coronariana.

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