INTRODUÇÃO: Na infecção por COVID, o enrijecimento vascular pode ser induzido devido ao dano indireto causado pelo vírus e seu estado inflamatório sistêmico e a ligação com a enzima conversora de angiotensina 2, que causam injúria celular1. Esses mecanismos podem contribuir para o avanço da aterosclerose e aumento do risco cardiovascular; rigidez arterial e augmentation index em indivíduos previamente infectados. O objetivo do presente estudo foi buscar a correlação entre os dados da análise da onda de pulso em indivíduos de até 30 anos que testaram positivo para COVID em no mínimo 15 dias antes do exame e indivíduos que não se infectaram. METODOLOGIA: Estudo observacional e transversal, realizado de maio a julho de 2021 em estudantes com idade superior a 20 e inferior a 30 anos, em conformidade com a atual diretriz de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, sob parecer do Conselho de Ética em Pesquisa n° 4.826.562. De 59 participantes, 4 foram excluídos pela ausência de respostas sobre a infecção por COVID e 10 por idade >30 anos. Após a seleção, os participantes foram divididos em 2 grupos: COVID prévio (CoP) e não infectado (NI). Utilizou-se um questionário anônimo e os valores fornecidos pelo aparelho Arteris por meio do método oscilométrico: VOP, AIX@75, frequência cardíaca(FC), pressão sistólica central (PSC) e diastólica central (PDC). Calculou-se a média, valor máximo, mínimo pelo programa Excel. Realizada avaliação de normalidade da amostra (Shapiro-Wilk), e teste T de Student não pareado (com correção de Welch) para amostras paramétricas e Mann Whitney para não paramétricas, com nível de confiança de 95% atravésSoftware GraphPad Prism versão 9.2. RESULTADOS: No grupo CoP, a médias foram: VOP 4,65m/s (5,4±4,2); AIX@75 23,22% (40,7±9,3); FC 89,5bpm (119±71); PSC 97,72mmHg (118±80); PDC 76,68mmHg (98±61). Enquanto no grupo NI, as médias foram: VOP 4,58mmHg (5,2±3,1); AIX@75 21,85% (41,7±5,3); FC 86,3bpm (128±60); PSC 97,6mmHg (113±80) e PDC 73,8mmHg (54±91). Não houve diferença estatística entre os valores de VOP (p=0,95) e AIX@75 (p=0,63) entre o grupo CoP e NI. CONCLUSÃO: Apesar de terem sido observados valores maiores para o grupo CoP nos diversos parâmetros hemodinâmicos e de rigidez arterial, não foi obtida diferença estatística entre esse grupo e o grupo NI. Entretanto, é válido ressaltar a importância de mais estudos na área para que seja possível afirmar ou descartar a influência do vírus SARS-COV-2 na integridade vascular.