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SÍNDROME DE TAKOTSUBO - PREVALÊNCIA, PERFIL CLÍNICO, LABORATORIAL E ECOCARDIOGRÁFICO EM NOSSO MEIO

Flávio Rosa Vieira, Jordana Pires Mendonça, Tannas Jatene, Rogério Lobo de Andrade Las Casas, Fabrício Ribeiro Las Casas, Fabíola Araújo de Siqueira, Graciella Ganam Alves, Tarik Arcoverde Ribeiro Costa, Vinicius Daher Vaz
Hospital do Coração Anis Rassi - Goiânia - Goiás - Brasil

A Síndrome de Cardiomiopatia de Takotsubo (TK), também denominada de “broken heart syndrome”, descrita inicialmente em 1990, tem sido cada vez mais relatada nos Estados Unidos, Europa e Japão. Apesar de aparentemente ter um prognóstico favorável, pouco se sabe da prevalência, perfil demográfico, ecocardiográfico e da evolução clínica em nosso meio.

Os objetivos deste trabalho são avaliar a prevalência da TK em uma população com apresentação de Síndrome Coronariana Aguda (SCA) em um serviço hospitalar em Goiânia, bem como descrever suas características epidemiológicas, clínicas, ecocardiográficas e sua evolução hospitalar.

Este é um estudo retrospectivo com inclusão de todos pacientes que foram submetidos a cateterismo cardíaco admitidos com quadro de síndrome coronariana aguda e que tiveram diagnóstico de TK no período de 2017 a 2020. Foram utilizados os critérios diagnósticos da Mayo Clinic modificados para confirmação de TK: Alteração (Acinesia, Discinesia, Hipocinesia) na parede apical do VE; Ausência de lesão coronariana obstrutiva com evidência de síndrome coronariana aguda; Nova alteração eletrocardiográfica ou elevação de marcadores de necrose miocárdica

Neste período foram avaliados consecutivamente 783 pacientes com diagnóstico de SCA submetidos a cateterismo cardíaco. Treze pacientes tiveram diagnóstico confirmado de síndrome de TK, o que representa uma prevalência de 1,66% dos pacientes com clínica de SCA. A idade média foi de 73,23 ±14,3 anos e apenas um paciente era do sexo masculino (92,3% de mulheres). A maioria dos pacientes apresentavam dor torácica na admissão e supradesnivelamento do segmento ST na parede ântero-septal ao ECG. O pico de troponina ultra-sensível foi de 851,9; média de 491,4 (VR < 15 ng/mL) e de CK-MB de 126,7; média 56,19 (VR < 25 ng/mL). A Fração de ejeção média na admissão foi de 42,9 ±7,1% (método de Simpson) e o DDVE de 49,1 ±5,1 mm; Sete por cento dos pacientes apresentava discinesia do ápice e 35% acinesia apical. Foi observado apenas 1 caso (7,6%) com imagem sugestiva de trombo apical. O tempo médio de internamento foi de 6 ±3 dias e não se observou óbito hospitalar.

A prevalência da Síndrome de Cardiomiopatia de Takotsubo em nosso meio é de 1,66% e está em consoante com a incidência mundial. Confirmamos ser mais prevalente em mulheres idosas, além de apresentar elevação significativa dos marcadores de necrose miocárdica e acometimento discreto da função ventricular esquerda, porém com bom prognóstico hospitalar.

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