A parada cardiorrespiratória (PCR) é considerada um problema mundial de saúde pública devido a sua alta taxa de morbidade e mortalidade, definida como uma falha da função da bomba cardíaca ocasionada pela diminuição ou ausência do fluxo sanguíneo cerebral adequado gerando uma perda abrupta da consciência, desencadeando inúmeras complicações, como a lesão renal aguda (LRA) por hipoperfusão. Objetivo: identificar complicações renais em pacientes clínicos ou cirúrgicos que tiveram parada cardiorrespiratória durante a internação nas Unidades de Clínica Médica, Cirúrgica e UTI adulto. Casuística e método: trata-se de uma pesquisa de campo, prospectiva, descritiva, com abordagem quantitativa, realizada em um Hospital de Ensino na zona central do município de São Paulo, aprovado no CEP sob nº 4.007.395. Os dados foram coletados até 21 dias após a PCR ou desfecho clínico, pois, este intervalo permite a rastreabilidade da disfunção renal. Resultados: amostra foi composta por 31 pacientes, com idade média de 56 anos, predomínio do sexo masculino, brancos, com comorbidades cardiovasculares, sem histórico de PCR. A principal causa da PCR foi hipóxia, sem descrição do ritmo da parada, com reversão após tempo médio de 17 minutos, com compressões. As alterações renais foram significativas após 24h e 52% dos pacientes evoluíram a óbito. A LRA é uma síndrome grave que consiste na perda abrupta da função renal, independente da etiologia, acarretando um acúmulo de substâncias nitrogenadas, ou seja, creatinina e ureia. Contudo, para que haja uma redução dos índices de mortalidade é necessário que o profissional crie programas de prevenção da LRA proporcionando segurança ao paciente, onde monitorará o balanço hidroeletrolítico, em especial o relativo à hipercalemia e hiponatremia junto com os fatores que contribuem com a piora do paciente, como por exemplo, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou hipovolemia. Após uma reanimação bem sucedida, o enfermeiro precisa controlar rigorosamente os sinais vitais e os parâmetros hemodinâmicos desse paciente, bem como estar atento a qualquer sinal de complicação, pois o reconhecimento imediato e o tratamento do distúrbio hidroeletrolítico irão refletir no planejamento de intervenções viáveis para prevenção ou cuidado da LRA decorrente de uma PCR.